James Bond em histórias em quadrinhos


Em outra ocasião, falei dos quadrinhos inspirados na literatura policial, desta vez o foco é a espionagem internacional e seu personagem mais conhecido, James Bond ou Agente 007 do MI6, criado pelo escritor britânico Ian Fleming para uma série literária iniciada em 1953.;



Em 1957, o jornal britânico Daily Express, de Lord Beaverbrook negociou com Fleming a criação de uma tira de jornal baseada em James Bond (que naquela altura já possuía cinco romances). O mesmo jornal havia publicado em capítulos os romances dois romances da série: Diamonds Are Forever e From Russia with Love, ambos adaptados por Anthony Hern.  Inicialmente, Fleming hesitou autorizar a tira, temendo que a mesma não conseguisse captar o clima de seus livros, porém, ao saber que Beaverbrook havia escalado Hern para as tiras, o escritor aceitou as adaptações por ter gostado do trabalho do escritor.
Em 1958, o jornal lança a adaptação do primeiro romance, Casino Royale, roteirizada por Hern e ilustrada por John McLusky, a partir do romance seguinte, Live and Let Die, Henry Gammidge substitui Hern.  Gammidge adapta os outros três romances, porém, em 1960, Peter O'Donnell adapta Dr. No.  A substituição, entretanto,  não dura muito tempo e no mesmo ano, Gammidge adapta Goldfinger.  Peter O'Donnell ficaria conhecido por criar em 1963 a tira Modesty Blaise para o jornal londrino Evening Standard.




 Gammidge e McLusky adaptam mais três romances, em 1962, a adaptação de Thunderball é interrompida, Fleming havia assinado com o Sunday Times. No mesmo ano, 007 chega aos cinemas 007 Contra o Satânico Dr. No, estrelado por Sean Connery, o filme deu origem a série de filmes do espião produzida pela EON Productions e distribuído pela MGM.  Em 1963, a versão britânica da revista Classic Ilustrated publica a quadrinização do filme, a revista original americana se notabilizou pela adaptação de romances no formato de revistas em quadrinhos e a adaptação foi publicada nos Estados Unidos pela DC Comics em Showcase # 43.



As Histórias da Classic Ilustrated foram publicadas  pela primeira vez no Brasil nas páginas da revista Edição Maravilhosa da Editora Brasil-América Limitada (EBAL) de Adolfo Aizen, a revista acabou publicando também quadrinizações de romances brasileiros. A editora também publicaria quadrinizações de filmes na revista Cinemin, que nas décadas de 80 e 90 se tornou uma revista sobre cinema.





A tira voltou a ser publicada no Daily Express em 1964 com a adaptação On Her Majesty's Secret Service. Em 1966, é encerrada a última adaptação para o Daily Express, You Only Live Twice por Gammidge e McLusky, nesse mesmo ano, a dupla é substituída por Jim Lawrence (roteiro) e Yaroslav Horak (desenhos), a dupla adapta mais seis romances da série, bem como alguns contos, o romance Colonel Sun de Kingsley Amis (primeiro romance de outro autor autorizado por Fleming) e novas histórias criadas pela dupla e autorizadas por Fleming. A série é publicada no jornal até 1977 (nesse mesmo ano era lançado o décimo filme inspirado em James Bond, The Spy Who Loved Me ou 007 - O Espião que me Amava). Ainda em 77, a tira passou a ser publicada em um esquema parecido com os dos syndicates (empresas que distribuem tiras e passatempos em jornais), sendo publicada no Sunday Express e no Daily Star. Lawrence e Horak deram continuidade. Essa fase também marcou o retorno de McLusky e teve um único arco desenhado por Harry North, conhecido por paródias de filmes na revista satírica MAD. A série foi encerrada em 1984, nunca mais foram licenciadas novas tiras baseadas em James Bond. A editora britânica Titan Books publicou diversos reprints das tiras de jornal entre os anos de 2004 e 2014.




O sucesso dos filmes, sobretudo por serem produzidos durante a Guerra Fria, permitiu que surgissem várias produções criadas para aproveitar o sucesso de Bond, em 1963 é lançado o primeiro filme da franquia A Pantera Cor-de-Rosa, estrelado por Peter Sellers. Por conta da abertura animada com o personagem homônimo, surgiu uma franquia a parte em desenhos animados, na cronologia dos filmes, Pantera Cor-de-Rosa é o nome de um diamante. Em 1964, a  Metro-Goldwyn-Mayer, distribuidora dos filmes do James Bond (produzida pela Eon Productions), lançou a série de TV The Man from U.N.C.L.E. (O Agente da U.N.C.L.E.), criada por Norman Felton, a série teve colaboração do próprio Ian Fleming, Fleming propôs a criação de dois personagens: Napoleon Solo e April Dancer, por pouco a série não recebeu o nome de  Ian Fleming's Solo, o acrônimo U.N.C.L.E. (que remete a palavra para "tio" em inglês) significa United Network Command for Law and Enforcement, inicialmente, a ideia de um acrônimo para uma organização já havia aparecido nos romances de James Bond, é o caso da SPECTRE 
(Special Executive for Counter-intelligence, Terrorism, Revenge and Extortion), organização criminosa criada para o livro Thunderball de 1961.

A série The Man from U.N.C.L.E. era focada em Solo, Logo, o agente russo Illya Kuryakin que era um personagem menor e se tornou importante para série. Fleming colaborou apenas na primeira temporada das quatro que a série teve, sendo cancelada em 1968.  April Dancer foi aproveitada em um spin-off The Girl from U.N.C.L.E., porém, este durou apenas uma temporada. The Man from U.N.C.L.E. teve alguns quadrinhos publicados pela Dell Comics em parceria com a Western Publishing e pela Gold Key (selo criado pela Dell após o fim da parceria com a Dell). 



Em 1965, surge a série The Wild Wild West (James West). O criador da série Michael Garrison havia adquirido os direitos do primeiro romance da série 007, contudo, a sua série é ambientada no velho oeste e narra as aventuras dos agentes secretos James West (Robert Conrad) e Artemus Gordon (Ross Martin).  Por misturar faroeste com ficção científica, é classificada como weird west ou steampunk, ficção retro-futurista ambientada na Era Vitoriana, embora movimento só tenha sido nomeado no final da década de 1980 e amplamente divulgando com o romance The Difference Engine ou  A Máquina Diferencial de William Gibson e Bruce Sterling, publicado em 1990. Não por acaso, os dois autores também são pioneiros do cyberpunk.  O 
termo se popularizou graças ao editor de ficção científica Gardner Dozois, a partir do início da década de 1980. Embora esse trate de um futuro sombrio, o site TV Tropes define a união de steampunk e faroeste como Cattle Punk (Gado Punk), assim como The Man from U.N.C.L.E., também teve quadrinhos pela Gold Key. Outras séries surgidas na década de 60 são The Avengers, Missão Impossível Danger Man/Secret Agent Man, The Prisoner, a paródia Get Smart (Agente 86), entre outras.



Um fato curioso é que a canção-tema de Danger Man, que nos Estados Unidos recebeu o nome de Secret Agent Man, composta por PF Sloan e Steve Barri foi gravada por Johnny Rivers em 1966 e faz referências a James Bond.



Jack Kirby chegou a produzir uma história em quadrinhos de The Prisoner, mas ela nunca foi publicada. O editor da Devir, Leandro Luigi Del Manto, traduziu e disponibilizou essa história em sua página pessoal do Facebook.





Em 1967, o livro Casino Royale é adaptado como uma paródia, estrelada por David Niven e um elenco que incluía Peter Sellers, Orson Welles e Woody Allen. O filme foi distribuído pela Columbia. A história já havia sido adaptada em um episódio da série Climax! em 1954. A Eon Productions, produtora dos filmes da franquia não possuía os direitos de adaptação do romance, isso só seria possível em 1999, uma vez que MGM resolveu trocar os direitos do Homem-Aranha pelos de Casino Royale da Sony (atual proprietária da Columbia).  em 2006, um novo filme de Casino Royale foi lançado como um reboot da franquia, agora estrelada por Daniel Craig.



Os quadrinhos da Marvel foram bastante influenciados por James Bond e The Man from U.N.C.L.E. Em Maio de 1963, a Marvel lança Sgt. Fury and his Howling Commandos, criado por Stan Lee e Jack Kirby. Ambientado na Segunda Guerra, a série mostrava o Sargento Nick Fury e o Howling Commandos (Comando Selvagem no Brasil) e era uma resposta da editora a Sargento Rock e a Easy Company (Companhia Moleza no Brasil) da DC Comics, criado em 1959 por Robert Kanigher (roteiro) e Joe Kubert (desenhos). Inicialmente, o título era uma série a parte, contudo, Lee e Kirby começaram a criar retcons (traduzido literalmente como "continuidade retroativa", trata-se de um recurso narrativo onde elementos do passado que não haviam sido mencionados antes são mostrados e passam a fazer parte da cronologia). Nesses retcons, é mostrado que Fury e seu grupo conhece os futuros membros do Quarteto Fantástico, Reed Richards e Ben Grimm (Sgt. Fury and his Howling Commandos #3, Setembro de 1963) e Capitão América e Bucky (Sgt. Fury and his Howling Commandos #13, Dezembro de 1964).




Em Fantastic Four #21 (Dezembro. 1963), Fury reencontra Richards e Grimm, agora como um agente da CIA, nela, os heróis enfrentam o próprio Adolf Hitler. Todas as histórias tiveram roteiros de Stan Lee e arte de Jack Kirby, em Strange Tales #135, surge a série Nick Fury, Agent of S.H.I.E.L.D., Fury, agora conhecido como Coronel torna-se o chefe da agência e aparece com um tapa-olho:  através de outro retcon, é dito que perdeu um olho durante a II Guerra (embora na história anterior do Quarteto Fantástico, ambientada em 1963, ele ainda possui os dois olhos). Tal como SPECTRE e U.N.C.L.E., o acrônimo S.H.I.E.L.D. (Supreme Headquarters of International Espionage and Law-Enforcement Division ou Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão. no Brasil) forma uma palavra, "shield", que significa escudo em inglês. Conforme mencionei anteriormente, as histórias de Agent of S.H.I.E.L.D. foram publicadas no Brasil antes de Howling Commandos, tendo inclusive histórias produzidas no país. A S.H.I.E.L.D. tinha como principal ameaça a Hidra, uma organização criada por remanescentes do nazismo que não suportaram a derrota. Algumas vezes o nome da Hidra é escrito com letras maiúsculas, porém, não possui uma sigla.

Em Strange Tales #151 (Dezembro de 1966), surge um novo artista nas histórias da série, Jim Steranko, que a principio  arte-finalizava os desenhos de Jack Kirby e produzia capas, até que na edição #155 (Abril de 1967), passou também a  roteirizar, com uma narrativa cinematográfica e influencias de Optical Art e psicodelia, Steranko nomeou seu próprio estilo como "zap art".

Outro personagem resgatado foi o Garra Amarela (Yellow Claw), um vilão chinês,por Al Feldstein (roteiro) e Joe Maneely (desenhos), é um representante do chamado "perigo amarelo", um esteriótipo que virou por décadas, criado na Atlas Comics (um dos nomes usados pela Marvel), o vilão era inspirado em Fu Manchu de Sax Rhomer, curiosamente, Rhomer possuí um romance chamado The Yellow Claw, que traz o vilão Mr. King, o vilão dá Marvel teve apenas quatro edições de uma revista solo publicada entre 1956 e 1957, seu principal adversário era o sino-americano Jimmy Woo, um agente do FBI,  as histórias foram produzidas pela dupla e por Jack Kirby (roteiro e desenhos) e John Severin (arte-final) e as capas por John Severin e Bill Everett.




Em Strange Tales #160 e #161 (1967), Jim Steranko apresenta um robô  criado pelo Doutor Destino (inimigo do Quarteto Fantástico) inspirado no vilão, Jimmy Woo reaparece, em Nick Fury, Agent of S.H.I.E.L.D. #2 (Julho de 1968), Woo torna-se um agente da S.H.I.E.L.D., em Captain America #164, Steve Englehart reintroduz o vilão na continuidade da Marvel. Em What If? 9 (Junho de 1978), uma história alternativa de Don Glut (roteiro) e Alan Kupperberg (desenhos), mostra Woo fundanddo um supergrupo para combater o Garra Amarela na década de 50 com personagens da época: 3D-Man, Gorilla Man, The Human Robot, Marvel Boy e Venus, mas tarde essa história daria origem aos Agentes de Atlas, onde Woo também seria o fundador.






Em comemoração aos 50 anos de  Agent of S.H.I.E.L.D., a Marvel publica em Agents of Shield #9, uma história inédita de Jack Kirby e Jim Steranko, The Man Called D.E.A.T.H.









                                               

Conforme comentei em outra ocasião, com o sucesso de filmes e séries de artes artes marciais, surgiu na Marvel, a série Master of Kung Fu, criada por Steve Englehart e Jim Starlin, a série  narra as aventuras do chinês Shang-Chi, o filho de Fu Manchu.  A franquia James Bond serviu novamente como inspiração, já que Chi se une ao MI6 para combater o pai, uma vez que ele não sabia que este era um supervilão procurado internacionalmente.  Além de  Denis Nayland Smith e do Doutor Petrie , criados por Rohmer, surgem também Black Jack Tarr (criado por Englehart e Starlin) e Clive Reston (criado por Doug Moench e Paul Gulacy). Moench dava pistas que Reston tivesse parentescos com Bond e Sherlock Holmes, porém, a ideia foi abandonada por causa de direitos autorais, inclusive, Reston era desenhado com as feições de Sean Connery.  Com a entrada de Paul Gulacy na série, o rosto de Shang-Chi deixou de ser parecido com o de David Carradine (astro da série de TV Kung Fu) e passou a ser inspirado em Bruce Lee. Além disso, Gulacy se inspirou no estilo de Steranko (sobretudo no que diz respeito a narrativa).





Marvel Two-In-One #29 (Julho de 1977), Shang-Chi e o Coisa contra agentes da Hidra, arte de Rich Buckler



Marvel Team-Up #85 (Setembro de 1979),
Shang-Chi,
Homem-Aranha, Nick Fury, Viúva Negra e Samurai de Prata, arte de Al Milgrom
Outro personagem que se tornou espião na Marvel foi o Wolverine, criado em 1974 como inimigo do Hulk por  Roy Thomas,  Len Wein, John Romita, e  Herb Trimpe, o personagem se tornou membro dos X-Men (uma vez que foi revelado ser um mutante). Por ter um passado misterioso, retcons o colocariam encontrando o Capitão América na Segunda Guerra e como Agente da CIA nos anos 60 (onde conheceria Nick Fury e os pais do Peter Parker).



Untold Tales of Spider-Man #1, roteiro de Roger Stern, desenho de John Romita e arte-final de Al Milgron, nessa história, Wolverine encontra os pais de Peter Parker e Nick Fury

No Japão, Takao Saito é contratado para desenhar mangás de James Bond e The Man from U.N.C.L.E. (que no Japão recebeu o nome de 0011 Napoleon Solo) entre 1964 e 1967 para revistas shonen (destinadas a adolescentes do sexo masculino). Saito adaptou quatro romances de James Bond: Live and Let Die, Thunderball, On Her Majesty’s Secret Service e The Man With The Golden Gun. A série foi cancelada, uma vez que as adaptações de Saito não eram fiéis aos escritos de Fleming.  Em Outubro de 1968, Saito inicia a sua série Golgo 13, sobre um assassino profissional. A série circula até os dias atuais, sendo uma instituição no Japão, tal como Tex e Diabolik na Itália. Saito é um dos expoentes de um movimento de mangá para adultos conhecido como gekigá e afirma que pretende terminar a série em breve. Contudo, só o tempo dirá.











Kazuo Koike, conhecido por Lobo Solitário (ilustrado por Goseki Kojima), foi assistente de Saito na série.  Ele também criou uma série sobre um assassino, Crying Freeman (ilustrado por Ryoki Ikegami). Golgo 13 possui arcos independentes, podendo ser lidos sem necessidade de cronologia, por conta disso, a JBC publicou três volumes no Brasil.

James Bond voltaria a ter uma revista em quadrinhos em 1981, pela Marvel Comics, que publicou uma quadrinização em duas partes do filme For Your Eyes Only, estrelado por Roger Moore. A adaptação ficou a cargo de Larry Hama, (roteiro), Howard Chaykin (desenhos) e Vince Colletta (arte-final). Dois anos depois, a editora publicou a adaptação de Octopussy (também estrelado por Moore) na revista edição 26 de Marvel Comics Super Special, uma revista em formato magazine (formato maior que o tradicional formato americano, usado para quadrinhos destinados a adultos), roteirizada por Steve Moore e ilustrada por Paul Neary.


Em 1965, a editora sueca Semic, começou a publicar as tiras, em 1982, iniciou uma produção local, encerrada em 1991, roteiro de  "Operation: Blücher" (1984), escrita por Sverre Årnes, deu origem ao filme norouguês,  Blücher, lançado em 1988, embora não contasse com James Bond.






Em 1968, a editora chilena Zig Zag lançou uma revista de James Bond, produzidas por Germán Gabler, Abel Romero, Hernán Jirón, Lincoln Fuentes e Luis Avila, em meados da década de 1970, pediu demissão da Zig Zag e criou sua própria HQ, Killer, impedido de usar o rosto de Sean Connery, Glaber criou um espião inspirado no ator Charles Bronson.




Na Argentina, entre 1965 e 1984, a Editorial Columba publicou adaptações dos filmes por Lito Fernández, seguido por Carlos Vogt, Enrique Villagrán, Ricardo Villagrán, Ricardo Villagrán, Daniel Haupt e Enio. A editora também publicou três quadrinizações de filmes do James Bond na revista Top. Fonte: Los dibujantes argentinos de James Bond: Las adaptaciones de Columba…y un bonus track


Em 1989, a Eclipse publica a adaptação de Licence to Kill (estrelado por Timothy Dalton), roteirizada por Mike Grell e ilustrada pelo próprio Grell, Chuck Austen, Tom Yeates e Stan Woch, no mesmo ano, Grell escreve e desenha uma história original, a minissérie em três edições Permission to Die, Grell teve a colaboração de Dameon Willich e Mark Jones nos desenhos.



página original de License to Kill
página original de Permission to Die

Em 1992, a Dark Horse adquire a licença da franquia, nesse ano publica a minissérie em três edições Serpent's Tooth, escrita por Doug Moench e Paul Gulacy, com cores de Steve Oliff.  No ano seguinte, publicou A Silent Armageddon de Simon Jowett (roteiro) e John M. Burns (desenhos), a série ficou incompleta e teve apenas duas edições. Em 1994 é a vez de Shattered Helix (duas edições) por Simon Jowett (roteiro) e David Jackson e David Lloyd (desenhos).  Em 1995, publica a última minissérie The Quasimodo Gambit (três edições) por Don McGregor (roteiro), Gary Caldwel (desenhos) e Christopher Moeller (capas). No mesmo ano, a Topps publica a quadrinização do filme Goldeneye (estrelado por Pierce Brosnan), prometido como uma minissérie em três edições, a série teve apenas uma, roteirizada por Don McGregor, ilustrada por Claude St. Aubin e capa de Brian Stelfreeze.




página original de Serpent's Tooth
 


Em 2008, é lançada no Reino Unido, a graphic novel SilverFin, baseada no primeiro romance da série Young Bond de Charlie Higson, escrita pelo próprio Higson e ilustrada por Kev Walker. Publicada pela Puffin Books, foi lançada em 2010 nos Estados Unidos pela Disney Hyperion.




Em 2014, a Dynamite Entertainment anunciou que adquiriu a licença de quadrinhos da franquia, a editora publicará a minissérie VARGR em seis edições, escrita por Warren Ellis e ilustrada por Jason Masters. Ellis já havia escrito uma minissérie de espionagem, Reload (três edições), ilustrada por Paul Gulacy e arte-finalizada por Jimmy Palmiotti e publicada pela Wildstorm, editora fundada por Jim Lee em 1992 (que chegou a fazer parte da Image e em 1999 foi comprada pela DC Comics, com isso Jim Lee tornaria editor da DC).

Em 2015, VARGR é lançada, a editora Shogakukan relança os mangás produzidos porTakao Saito por conta do lançamento do filme Spectre (o último com Daniel Craig).


Em 2016, a Dynamite anuncia James Bond – Hammerhead, escrita por Andy Diggle e ilustrada por Luca Casalanguida. No mesmo ano, a editora publicou Eidolon de Ellis e Masters. Em 2017, foi a vez de Service (2017) de Kieron Gillen e Antonio Fuso Kill Chain (2017) de Andy Diggle e Luca Casalanguida e Felix Leiter de James Robinson e Aaron CampbellEm 2016, a Dynamite anuncia James Bond – Hammerhead, escrita por Andy Diggle e ilustrada por Luca Casalanguida. No mesmo ano, a editora publicou Eidolon de Ellis e Masters. Em 2017, foi a vez de Service (2017) de Kieron Gillen e Antonio Fuso Kill Chain (2017) de Andy Diggle e Luca Casalanguida e Felix Leiter de James Robinson e Aaron Campbell










No Brasil, os quadrinhos de James Bond foram publicados inicialmente pela Rio Gráfica Editora (RGE), entre os anos de 1965 e 1968, as capas traziam o 007 dos cinemas época, Sean Connery em fotos e capas (algumas delas assinadas por Primaggio Mantovi), contudo, as histórias eram oriundas das tiras originais surgidas em 1957. A editora colocava na capa o selo "SS Serviço Secreto", nome que remete a uma coleção de livros de bolso que a própria RGE publicava, publicada originalmente pela espanhola  Editorial Bruguera e trazia textos dos irmãos Antonio Miguel de los Ángeles Custodios Vera Ramírez (que assinava com os pseudônimos  Angelo Antonioni,Crowley Farber, Mortimer Cody, Lou Flanagan, Anthony Hamilton, Sol Harrison, Anthony Michaels, Anthony W. Rawer,Angela Windsor e Giselle) e Francisco Vera Ramírez (que assinava como Ducan M. Cody e Mortimer Cody), Pedro Víctor Debrigode (Peter Debry, P.V.Debrigaw, Arnold Briggs, Geo Marvik, Peter Briggs, V. Debrigaw e Vic Peterson),  entre outros. Antonio Miguel também escreveu exclusivamente para o mercado brasileiro, a série Brigitte Montfort (1965-1992), a agente da CIA mais conhecida como Baby da coleção ZZ7, para a Monterrey, uma editora brasileira fundada pelos espanhóis Luis de Benito e Juan Fernandes Salmeron.  A coleção começou em 1964, republicando o romance Giselle, a espiã nua que abalou Paris de David Nasser, ambientado na Segunda Guerra e originalmente publicado em capítulos pelo Diário da Noite de Assis Chateaubriand em 1948.  A editora Monterrey havia lançado em 1962, FBI, publicada originalmente por outra editora espanhola, a Editorial Rollán, onde os irmãos Ramírez também publicaram como Mortimer Cody.  A Monterrey comprou os direitos de Giselle,que foi reescrita pelo jornalista José Alberto Gueiros  e pelo seu tio, o poeta Augusto Frederico Schmidt. Para a nova série, foi definido que Brigitte  é filha de Giselle, a Antonio Miguel foi contratado para escrever as histórias e assinou como Lou Carrigan.  A série se tornou notória pelas capas pintadas por José Luiz Benício da Fonseca, mais conhecido como Benício, para desenhar Brigitte, o ilustrador se inspirou na socialite carioca Maria de Fátima Priolli. A Monterrey também publica Novo FBI em Quadrinhos, revista em quadrinhos baseada em Aventuras del FBI da Rollán, com histórias roteirizadas por M. González Casquel, Alfonso Rubio Manzanares e Federico Mediante e ilustradas por Luis Bermejo, Carrillo e Manuel López Blanco. Para a editora, o brasileiro Hélio do Soveral, criou K.O. Durban, um pastiche de James Bond, as capas de José Luiz Benício lembram os posters dos filmes de 007 por Robert McGinnis, que também ilustrava livros de bolso. A editora também foi responsável pela publicação do faroeste O Coyote, um pastiche do Zorro, criado em 1943 por José Mallorquí Figuerola. Em  2000, Vera Ramírez chegou a escrever quatro romances de Giselle a pedido de Giselle, a pedido de Juan Alberto Fernández Nunes, dono da editora, contudo, ele veio a falecer e os romances permaneceram inéditos, uma vez que a editora fechou as portas.







A RGE ainda lançou uma outra revista, Agente Secreto, que trazia histórias do Agente Secreto X-9, criado por Alex Raymond e pelo romancista Dashiell Hammett, que inicialmente não tinha nome e que com a entrada de Mel Graff em 1942, ficou conhecido como Agente Secreto Phil Corrigan do FBI (tal qual The Continental Op, outra criação de Hammett, o agente não possuía um nome) e do Espião 13 (Spy 13), série publicada pela editora britânica Fleetway na revista Thriller Picture Library e protagonizada pelo agente David Doughty, que durante a Segunda Guerra combateu nazistas. A série foi desenhada por Armando Bonato, Graham Coton, Antonio Canale (Tony Chan), Kurt Caesar, Aurelio Bevia, Alberto Breccia e seu filho Enrique Breccia. O personagem teve um título solo pela EBAL entre 1981 e 1982, Super X Apresenta Espião 13.

O título Agente Secreto já havia sido usado pela editora Aliança. A própria RGE havia feito algo parecido na década de 50 com a revista Scottland Yard, onde publicou Charlie Chan, Inspetor Farnsworth, entre outros detetives. Primaggio também produziu capas para o título.


Histórias de Phill Corrigan por Mel Graff também foram publicadas  na revista X-9 da RGE, apesar do nome,não era a revista solo do personagem, mas uma revista pulp, que publicava contos de romance policial, horror e suspense e histórias em quadrinhos.















A Bruguera também atuou no Brasil e publicou na década de 1970 a Coleção C.I.A, trazendo histórias da série The Lady from L.U.S.T. ou Eve Drum, a Agente 00Sexy (Oh Oh Sexy no original) de Rod Gray, que na verdade era o roteirista de quadrinhos Gardner Fox. Anos depois a editora mudaria o nome no país para Cedibra (Companhia Editora Brasileira).


Em 1971, a editora Saber republica as tiras de James Bond em formato de livro de bolso, isso era possível graças a uma brecha no licenciamento, as tiras eram licenciadas para jornais, revistas e no formato de livros. A quinta edição reproduziu uma arte de Primaggio para a décima oitava da revista da RGE, que acabaria colaborando com a editora sem assinar (uma vez que ainda era contrato da RGE). A editora também publicou histórias a revista Agente Secreto Phil Corrigan (na primeira edição era Phill Corrigan, o Agente Secreto X-9)  entre 1969 e 1970. Pelo selo Paladino, publicou Sargento Furia (Sgt. Fury and his Howling Commandos) em 1972.


Em 1975, a RGE publicou dentro do mix Gibi Semanal. Em 1979, são publicados pela EBAL na Coleção 007 (que publicou dois arcos por edição) e em 2002, a Opera Graphica publica apenas O Homem da Pistola de Ouro.  


Além das revistas, as tiras foram publicadas nos anos 60 e 70 no jornal Diário da Noite do grupo Diários Associados.














Em setembro de 2017, a Mythos Editora lançou
VARGR  em James Bond – Volume 1.


Fontes e referências


Wikipédia

Nobu Chinen. Primaggio Mantovi, o mestre de estilo versátil, Marsupial Editora, 2014

James Bond - Guia dos Quadrinhos


Revistas em quadrinhos no Brasil, publicadas até 1965


Agente Secreto


Pedro Víctor Debrigode


James Bond - Grand Comic Database


Antonio Miguel de los Ángeles Custodios Vera Ramírez


As Origens criativas de Nick Fury - Parte 1


As Origens criativas de Nick Fury - Parte 2


U.N.C.L.E. and Batman


O Garra Amarela


Saitō Takao and the “Gekiga Factory”

Um Herói, Muitos Escritores: a história de 007 na literatura

 Zig Zag "007" James Bond Comic Books

Charles Bronson revive na série de quadrinhos Killer em que interpreta um agente secreto

Comentários

sempratento disse…
Se o que está em causa é o James Bond (007), apesar da boa contribuição para o tema, há algum excesso de "desvios" para outros temas colaterais e pouca ou nenhuma informação sobre edições brasileiras como a referida Colecção "007" da Editora Brasil-América (Quantos e quais os títulos publicados na colecção? por exemplo...)
(mnicolaubc@gmail.com)