Os mangás de Planeta dos Macacos

Planeta dos Macacos é uma franquia bem-sucedida do cinema, sua origem é o livro La planète des singes (traduzido literalmente como O Planeta dos Macacos) do escritor francês Pierre Boulle publicado em 1963. O livro contava a história de um casal de terráqueos humanos que viajam para um planeta governado por símios inteligentes. O livro era auto-contido, ou seja, não foi planejado para ter continuações. As inspirações do escritor foram a teoria da evolução de Darwin, a teoria da relatividade Eisntein, dentro da ficção científica estão Genus Homo de L. Sprague de Camp (conhecido por histórias de Conan, o bárbaro) e Les Animaux dénaturés de Vercors, que abordam temas como o Elo perdido e a evolução de símios e Les Aventuriers du ciel de René-Marcel de Nizerolles, que trata de viagens interplanetárias.Os direitos do livro foram comprados pelo produtor Arthur P. Jacobs, algumas fontes indicam que ele teria comprado antes mesmo do livro ter sido publicado, o roteiro ficou a cargo de Michael Wilson (que havia co-roteirizado a adaptação de A Ponte do Rio Kwai de 1957, também baseado num livro de Boulle) e Rod Serling, Serling é conhecido pelos fãs de ficção científica pela criação, produção, roteiros e narração de Além da Imaginação (The Twilight Zone, literalmente, A Zona Crepúsculo), uma série de televisão nos moldes das antologias (assim como os pulps) tal qual as séries Science Fiction Theatre e A quinta Dimensão (The Outer Limits, literalmente, Os limites externos), o filme foi lançado em 1968 pela 20th Century Fox, estrelado por Charlton Heston, embora parecido com o romance, onde se descobre que toda a ação ocorreu na Terra, onde humanos se tornam primitivos e os macacos viram dominantes, o final do filme se tornou mais emblemático, com George Taylor, personagem de Heston estarrecido ao ver a Estátua da Liberdade e descobrir que a Terra foi devastada pelas guerras nucleares, no livro, é revelado que o casal na verdade era símios e a ideia de humanos inteligentes é visto como algo impossível. Pesquisadores afirmam que o final lembra um episódio de Além da Imaginação escrito por Serling, I Shot an Arrow into the Air, que possui o mesmo desfecho, com astronautas descobrindo que estavam na Terra todo o tempo.

A Estátua da Liberdade em ruínas já havia aparecido em outras obras de ficção científica.

O filme foi um sucesso, Boulle chegou a escrever o roteiro para uma sequência intitulado Planet of Men (Planeta dos Homens), contudo, o produtor recusou o roteiro e preferiu contratar Paul Dehn e Mort Abrahams para uma sequência, com roteiro fnal de Dehn, o filme Beneath the Planet of the Apes estreou em 1970, estrelado por James Franciscus, em 1970, a Gold Key publicou uma quadrinização desse filme desenhada por Alberto Giolitti e Sergio Costa.

Dehn ainda seria responsável pelo roteiros das sequências, Escape from the Planet of the Apes (1971), Conquest of the Planet of the Apes (1972) e Battle for the Planet of the Apes (1973). O ano de 1973 parecia o fim da franquia, contudo, o primeiro filme foi exibido na TV americana (algo impensável nos dias atuais, onde os filmes rapidamente são disponibilizado em outras plataformas), com isso viriam uma série de TV, a série animada De Volta ao Planeta dos Macacos (Return to the Planet of the Apes) pela DePatie-Freleng Enterprises que direção e coprodução de Doug Wildey, criador de Jonny Quest e uma série de quadrinhos pela Curtis Magazine, uma divisão adulta da Marvel. Antes da Marvel, a DC tentou negociar uma versão em quadrinhos, como não conseguiu, o editor Carmine Infantino encomendou um trabalho similar a Jack Kirby, surgiu Kamandi.

Porém, antes desse revival, a franquia teve adaptações em mangás. A primeira adaptação foi baseada no primeiro filme por Jôji Enami, publicada em 1968 na revista Bôken'ô da editora Akita Shoten. Em 1971, é lançada uma nova adaptação por Kuroda Minoru para a Manga Tengoku Zôkan, totalizando 250 páginas. Em 1973, a revista Shonen Champion da Akita Shoten publicou uma adaptação de Battle of the Planet of Apes por Mitsuru Sugaya.