Clássicos do faroeste por autores brasileiros





No início da década de 1960, a editora paulista Outubro lançou uma revista trazendo adaptações de filmes de faroeste: Zaz Traz Apresenta - Clássicos do Faroeste. Era comum que editoras reutilizassem títulos, a revista Zaz Traz foi lançado em 1960 pela editora quando ainda se chamava Continental e publicou histórias infantis como o começo da Turma da Mônica de Mauricio de Sousa (embora a mesma ainda não tenha sido criada e Meio Fio de Gedeone Malagola (criado nas histórias de Juju Faísca, versão brasileira da Cuti Pie de Gene Fawcett), a revista durou 7 edições, quando virou Outubro, tempos depois, ela mudaria de nome para Taika, já que Victor Civita teria registrado todos os meses do ano quando lançou a Editora Abril. A revista Clássicos do Faroeste teve 3 edições, eis os detalhes cada número. A revista foi impressa com duas cores (bicromia ou duotone), essa segunda cor além do preto é chamada de spot color ou spot-color em inglês, não achei um equivalente em português. Um exemplo pode ser visto no blog Strippers Guide, a tira Adam Ames por Lou Fine.



A primeira edição trouxe uma adaptação de Shane - Os Brutos Também Amam, com roteiros de Hélio Porto (que criou o cowboy O Vingador, um mascarado na linha do Lone Ranger) e desenhos de Flavio Colin.





Shane foi lançado em 1953 pela Paramount Pictures. Estreladdo por Alan Ladd, produzido e dirigido por George Stevens, com roteiro de A.B. Guthrie, Jr. e Jack Sher, o filme é uma adaptação do romance de mesmo nome publicado em 3 partes na revista pulp Argosy. Shane é um cowboy que resolve lutar à favor de colonos contra o inescrupuloso fazendeiro Rufus Ryker (Emile Meyer).


O segundo traz uma adaptação de Rio Vermelho (Red River),  novamente escrita por Hélio Porto, com desenhos de Juarez Odilon, lançado em 1948 pela produtora Monterey Productions, com distribuição da United Artists, estrelado por John Wayne, dirigido e produzido por Howard Hawks, com roteiro de Borden Chase e Charles Schnee, baseado em The Chisholm Trail de  Borden Chase, publicado em 1946 na revista The Saturday Evening Post.







O terceiro e último número traz uma adaptação de Matar ou Morrer (High Noon) por Julio Shimamoto, lançado em 1952, dirigido por Fred Zinnemann, produzido por Stanley Kramer, roteirizado por Carl Foreman, produzido pela Stanley Kramer Productions com distribuição da United Artists, estrelado por Gary Cooper. De acordo com o documentário Darkness at High Noon: The Carl Foreman Documents, lançado em 2002, Foreman disse ao jornalista Bosley Crowther, que o roteiro se originou de um esboço de quatro páginas que ele escreveu que acabou sendo muito semelhante a um conto de John W. Cunningham chamado "The Tin Star". Foreman comprou os direitos do conto, tornando-se uma adaptação oficial, Richard Fleischer afirmou que ajudou Carl Foreman a desenvolver a história de High Noon por oito semanas, enquanto dirigia  The Clay Pigeon (1949) que eles estavam fazendo juntos. Fleischer diz que seu contrato com a RKO o impediu de dirigir High Noon. Gary Cooper interpreta um delegado chamado Will Kane, que precisa adiar sua aposentadoria para enfrentar o bandido Frank Miller (Ian MacDonald) ao meio-dia (high noon em inglês). A futura princesa de Mônaco, Grace Kelly interpreta Amy, a esposa de Kane.





Scans de ‎André Luiz Garcia Aurnheimer‎ do Sebo da Bidi.
Em 2023, a história foi republicada em Graphic Book Julio Shimamoto - Faroeste Primórdios 1958 a 2023 da editora Criativo.

Comentários

José disse…
Caro Amigo,
estou aqui meio perdido neste seu blog, tentando me localizar, mas vi que vc produziu a matéria em junho/2020 !!!
Interessante essa sua matéria sobre o gibi "Clássicos do Faroeste". Ouso afirmar que vc e eu somos os únicos no Brasil que ainda dão atenção a essa publicação. Infelizmente.
Mas, meu amigo, eu tenho esses três gibis. Eu os comprei na época, seguramente em 1963. São peças raríssimas, com um papel ruim, mas uma grande arte de Flavio Colin, Juarez Odilon e Julio Shimamoto.
O que eu quero lhe dizer é o seguinte: havia a intenção de se editar um número 4, com o filme "Céu Amarelo - Yellow Sky", mas acredito que não houve condição financeira e pararam a publicação.
De qualquer forma, eu tenho um site na internet "https://70-anos-de-gibis.webnode.com". Entre nele e dê uma olhada. Tem muita informação por lá.
Abraços, afonso
(não encontrei seu nome no blog)