Tarzanides
Tarzanide é um termo criado pelo crítico literário francês Francis Lacassin e é usado para definir personagens parecidos com Tarzan.
As versões femininas são chamadas de garotas das selvas. A origem do termo tem também ligação com o criador de Tarzan: "Jungle Girl" foi o nome do romance do autor sobre uma princesa do Cambodja chamada Fou-Tan. O romance foi publicado como 'The Land of Hidden Men' em cinco partes, entre Maio e Setembro de 1931, na revista pulp Blue Book. Em 1932, o mesmo foi compilado em livro com o título Jungle Girl. Em 1941, a Republic Pictures resolveu criar um seriado cinematográfico, e resolveu associar a Edgar Rice Burroughs, surge então Jungle Girl. Nas histórias do Tarzan, Korak, o filho de Tarzan conhece Meriem, uma jovem filha de um francês que é capturada por árabes, Meriem vive nas selvas com Korak, onde aprende a sobreviver.
O seriado não tinha nenhuma relação com a história criada pelo autor e contava a história de Nyoka Meredith (interpretada por Frances Gifford), a filha do cientista John Meredith (Trevor Bardette). Ela luta contra um tio, irmão-gêmeo de seu pai (Bradley, também interpretado por Bardette). Toda a ação se passa na África. No ano seguinte, a Republic desfaz a associação com o escritor e lança Perils of Nyoka (que por sua vez remete a outra série cinematográfica, Perils of Pauline), nesse seriado a personagem chama-se Nyoka Gordon (interpretada por Kay Aldridge) que, ao lado de Larry (Clayton Moore), sai em busca das barras de ouro de Hipócrates, também atrás das barras estavam a Rainha Vultura (Lorna Gray) e Cassib (Charles Middleton), o cenário troca a selva africana pelo Oriente Médio africano.. Frances Gifford participou de outra produção associada a Burroughs, Tarzan Triumphs (1943), estrelado por Johnny Weissmuller. Gifford interpreta a Zandra, princesa da cidade perdida de Palandrya. Nyoka foi adaptada para os quadrinhos e em 1942 é lançada a revista Jungle Girl , que trazia uma foto em preto e branco de Kay Aldridge na sua capa, tratava-se de uma quadrinização de Perils of Nyoka.
Em Maio de 1944, a heroína passar a ser publicada na revista Master Comics #50, onde é publicada com o título do segundo seriado, Perils of Nyoka. A história foi ilustrada por Jack Sparling. a heroina segue sendo publicada na revista, até quem em 1945, é lançada a segunda edição revista Nyoka, the Jungle Girl, trazendo na capa o número 2, as histórias mesclaram as duas versões, a heroína se chama Nyoka Gordon e tem aventuras em selvas de várias partes do mundo. A revista durou 76 edições, e, mesmo sem a licença de Edgar Rice Burroughs, seguiu sendo chamada de "Nyoka, the Jungle Girl". A heroína foi publicada nas duas revistas até 1953.
Também em 1944, a Republic lança The Tiger Woman, ambientado na América do Sul e estrelado por Linda Stirling como Tiger Woman/Rita Arnold, no mesmo ano, a atriz estrelou Zorro's Black Whip, que apesar do nome, não é um seriado sobre o Zorro e sim sobre uma heroína similar, a The Black Whip do título, o estúdio fez uma alusão aos seriados de Nyoka, a heroína chama-se Barbara Meredith e é ajudada por Vic Gordon (George J. Lewis).
Em 1955, a Republic lança seu penúltimo seriado, Panther Girl of the Kongo, estrelado por Phyllis Coates como Jean Evans, a Panther Girl do título, o seriado era praticamente um pastiche de Jungle Girl de 1941 e reutilizou cenas de arquivo do mesmo.
Após o processo de plágio movido pela National (atual DC), que alegava que o Capitão Marvel era um plágio do Superman, a Fawcett vendeu várias séries para a Charlton, onde a heroína mudou de visual e se tornou loira.
Em 2014, a ERB Inc. anunciou uma webcomics baseada em Fou-Tan, roteirizada por Martin Powell e ilustrada por Will Meugniot. Em 2015, Nik Poliwko substituiu Will Meugniot, em 2018, a série passou a ser desenhada por Arianna Farricella.
Alguns exemplos de tarzanides:
Bomba
Bomba, o filho das selvas, foi uma série de livros iniciada em 1926. No primeiro livro, as aventuras de Bomba se passavam na América do Sul, mas logo mudaram para a África. Em 1949, o personagem ganhou uma série de 12 filmes, estrelado por Johnny Sheffield, o Boy, filho adotivo de Tarzan e Jane nos filmes estrelados por Johnny Weissmuller entre os anos de 1939 e 1947, criado para substituir Korak, o filho legítimo de Tarzan e Jane nos livros, a Dell Comics misturava elementos dos livros e dos filmes, o nome do filho de Tarzan era Boy, com o tempo, foi substituído pelo Korak. Em 1967, Bomba ganhou uma versão em quadrinhos pela DC Comics. Sheffield chegou a gravar outra série chamada 'Bantu the Zebra Boy', escrita e dirigida pelo seu pai, Reginald Sheffield. Tal série, porém, nunca chegou a ser terminada.
Zobi the jungle boy
Jim das Selvas foi uma tira criada em 1934 por Don Moore (roteiros) e Alex Raymond (desenhos) . O personagem era um caçador em selvas asiáticas, entre 1931 e 1933, Raymond havia sido assistente de Lyman Young em outra série ambientada nas selvas, Tim Tyler's Luck. Os criadores chegaram a testar um tarzanide: Zobi, the jungle boy, porém o personagem não durou muito tempo no título. De 1948 a 1955, Johnny Weissmuller estrelou 16 filmes pela Columbia Pictures, e entre 1955 e 1956, o ator interpretou novamente o personagem em uma série de TV com 39 episódios.
Sheena, Queen of the Jungle
Sheena, a rainha das selvas, foi criada por Will Eisner e publicada pela primeira vez na revista britânica Wags #1 (1937). No ano seguinte, passou a ser publicada pela Fiction House, em Jumbo Comics #1. Ganhou um título próprio em 1942, Sheena, Queen of the Jungle. O nome da personagem teria sido inspirado no romance She (Ela, a Feiticeira, no Brasil), de H. Rider Haggard, publicado pela primeira vez em 1887. O livro conta a história da Ayesha, a rainha imortal do reino perdido de Kôr na Africa. Ayesha é uma possível inspiração para La de Opar, surgida em The Return of Tarzan (1913), e a Rainha Samaris XII de O Fantasma (surgida em uma página dominical de 1961). Em 2015, a Dynamite Entertainment anunciou um crossover de Sheena com Tarzan.
Ka-Zar
Em 1936, a Timely Comics lança a revista pulp Ka-Zar - a revista era protagonizada pelo herói homônimo, criado por Bob Byrd. Esse Ka-Zar era uma garoto órfão criado na Africa - seu verdadeiro nome era David Rand. Em 1939, Ka-Zar é adaptado para os quadrinhos na primeira revista em quadrinhos da Timely, a Marvel Comics #1 - o personagem foi publicado até 1942. Entre 1954 e 1955, a editora investiu em outros personagens do gênero nas revistas Jungle Action (seis edições) e Jungle Tales (sete edições).
Em 1965, Stan Lee e Jack Kirby criam um novo Ka-Zar como coadjuvante das histórias dos X-Men - Kevin Plunder era um órfão que vivia na fictícia Terra Selvagem, uma terra habitada por seres pré-históricos e localizada no Círculo Polar Antártico. A Terra Selvagem guarda semelhanças com Pellucidar, outra série literária de Burroughs e que também chegou a ser visitada por Tarzan em Tarzan at the Earth's Core (1930). O herói já havia visitado outra terra com dinossauros - Pal-ul-don - em Tarzan the Terrible (1921). Em Dezembro de 1972, a editora lança a revista Shanna the She-Devil, criada por Carole Seuling e George Tuska. Apesar de sua origem ter como cenário a Africa, logo ela seria transferida para a Terra Selvagem, onde acabaria se casando com Ka-Zar. A Marvel também publicaria Tarzan em duas ocasiões: uma revista publicada entre 1977 e 1979 (29 edições e 3 anuais) e uma edição em Marvel Comics Super Special #29, publicada em 1983 para aproveitar o lançamento do filme Greystoke: The Legend of Tarzan, Lord of the Apes (estrelado por Christopher Lambert e lançado no ano seguinte). Também publicou uma mini-série em duas edição de Sheena (uma quadrinização do filme também lançado em 1984 e estrelado por Tanya Roberts).
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Jo-Jo, Congo King
Surgido em 1947, Jo-Jo é mais um caso de personagem epônimo, ou seja, seu nome veio do título de uma revista de quadrinhos de humor, a Jo-Jo Comics da Fox Feature Syndicate, que após seis edições, passou a ser chamada de Jo-Jo Congo King. O herói fala um inglês quebrado, o que sugere que pode ter sido influenciado pela versão do Tarzan interpretada por Johnny Weissmuller.
Auro, Lord of Jupiter
Surgido em Planet Comics #1 (1940), Auro foi um tarzanide espacial da Fiction House. Auro era o filho de um cientista que sobrevive em Júpiter e foi criado por uma espécie de tigre dentes de sabre deste planeta. O personagem também tem elementos de outra criação de Burroughs, John Carter de Marte. Tal como Carter, Auro ganhou super-força e a habilidade de saltar em Júpiter (o mesmo conceito foi usado nas primeiras histórias do Superman por Jerry Siegel e Joe Shuster). Uma nova versão de Auro foi lançada em Planeta Comics # 41 (1965), onde um cientista da Terra tem sua mente transferida para Auro (um homônimo do primeiro personagem). Essas histórias eram mais próximas de heróis espaciais como Flash Gordon e Buck Rogers.
Targo
No Brasil, os tarzanides foram publicados por diversas editoras, inclusive pela Ebal de Adoldo Aizen, que foi a casa do Tarzan durante muitos anos. Os primeiros quadrinhos do personagem foram publicados pela primeira vez no país na revista Suplemento Juvenil de Aizen.
O mais bem sucedido dos tarzanides brasileiros foi Targo, criado por encomenda do editor Heli Otávio de Lacerda e lançado em 1962 pela Editora Outubro. Targo era um bebê que foi criado por índios apocajés. A Amazônia onde Targo vivia também possuía seres pré-históricos. Homens brancos criados por índios já haviam sido retratados em O Último dos Moicanos de James Fenimore Cooper (1826), e até mesmo por Edgar Rice Burroughs em The War Chief (1927).
Uma Amazônia pré-histórica já havia sido retratada em outras obras, como o romance O Mundo Perdido, de Arthur Conan Doyle (1925). Quanto ao nome do personagem, há duas versões: segundo Rodolfo Zalla, o nome Targo foi usado para confundir os leitores, que comprariam pensando se tratar de Tarzan; já Gedeone Malagola afirmava que o nome Targo teria vindo do sobrenome de um amigo dos tempos da polícia (o sobrenome do amigo era Targa e que sempre era associado com Tarzan). Coincidentemente, Targa é o nome de tarzanide francês, publicado entre 1947 e 1951. Targo foi publicado até meados da década de 1970 pela Taíka, nome que a Outubro passou a usar após a Editora Abril ter registrado todos os meses do ano. Em 1993 teve uma única edição pela Editora Ninja.
Luana, a filha da floresta
Em 1968, é lançado o filme germano-italiano Luana la figlia della foresta vergine, dirigido por Roberto Infascelli (com o pseudônimo de Bob Raymond) e estrelado por Mei Chen, o filme conta a história de uma jovem que sobreviveu a um acidente de avião na Africa. Órfã de pai, ele acaba sendo criada por macacos.
Para promover o filme, foram contratados dois artistas que trabalharam com Tarzan: Frank Frazetta (responsável pela ilustrações de edições da série de livros publicadas pela Ace Books na década de 1960) e Russ Manning (que ilustrou quadrinhos do Tarzan para as editoras Dell e Gold Key, além de tiras diárias e pranchas dominicais distribuídas pela United Feature Syndicate, diferente de Frazetta, Manning não apenas ilustrou pôsteres do filme, como produziu tiras diárias de Luana, em 1974, a arte de Frazetta foi reutilizada em duas publicações:
Uma versão em romance publicada pela Ballantine e escrita por Alan Dean Foster, um autor conhecido por adaptar diversões filmes e franquias como Star Wars, Star Trek e Alien.
Na edição #31 da revista Vampirella da Warren, que além da capa de Frazetta trouxe uma quadrinização assinada por Doug Moench (roteiro) e Esteban Maroto (desenhos).
Embora a inspiração seja Tarzan, há diferença entre os diversos tarzanides: alguns se assemelham a Tarzan ao serem crianças selvagens criadas na floresta, outros são robinsonadas, ou seja, homens ou mulheres que tentam voltar para a civilização. Robinsonada é um termo derivado de Robinson Crusoé, de Daniel Defoe (1719). Exemplos:
Thun'da, de Frank Frazetta, e os brasileiros Hur, de Wilson Fernandes, e Tarun, de Paulo I. Fukue. Alguns podem até desistir de voltar para a civilização, como é o caso de Rulah. A deusa das selvas da Fiction House, Rulah pode ser definida como Going Native, o termo também define personagens que mudam de cenário por conta própria, como Shanna, the She-Devil.
Ver também
Tarzan por Oswaldo Storni
Saturnin Farandoul, um antecessor de Tarzan
As versões femininas são chamadas de garotas das selvas. A origem do termo tem também ligação com o criador de Tarzan: "Jungle Girl" foi o nome do romance do autor sobre uma princesa do Cambodja chamada Fou-Tan. O romance foi publicado como 'The Land of Hidden Men' em cinco partes, entre Maio e Setembro de 1931, na revista pulp Blue Book. Em 1932, o mesmo foi compilado em livro com o título Jungle Girl. Em 1941, a Republic Pictures resolveu criar um seriado cinematográfico, e resolveu associar a Edgar Rice Burroughs, surge então Jungle Girl. Nas histórias do Tarzan, Korak, o filho de Tarzan conhece Meriem, uma jovem filha de um francês que é capturada por árabes, Meriem vive nas selvas com Korak, onde aprende a sobreviver.
Fou-Tan por Roy G. Krenkel |
O seriado não tinha nenhuma relação com a história criada pelo autor e contava a história de Nyoka Meredith (interpretada por Frances Gifford), a filha do cientista John Meredith (Trevor Bardette). Ela luta contra um tio, irmão-gêmeo de seu pai (Bradley, também interpretado por Bardette). Toda a ação se passa na África. No ano seguinte, a Republic desfaz a associação com o escritor e lança Perils of Nyoka (que por sua vez remete a outra série cinematográfica, Perils of Pauline), nesse seriado a personagem chama-se Nyoka Gordon (interpretada por Kay Aldridge) que, ao lado de Larry (Clayton Moore), sai em busca das barras de ouro de Hipócrates, também atrás das barras estavam a Rainha Vultura (Lorna Gray) e Cassib (Charles Middleton), o cenário troca a selva africana pelo Oriente Médio africano.. Frances Gifford participou de outra produção associada a Burroughs, Tarzan Triumphs (1943), estrelado por Johnny Weissmuller. Gifford interpreta a Zandra, princesa da cidade perdida de Palandrya. Nyoka foi adaptada para os quadrinhos e em 1942 é lançada a revista Jungle Girl , que trazia uma foto em preto e branco de Kay Aldridge na sua capa, tratava-se de uma quadrinização de Perils of Nyoka.
Em Maio de 1944, a heroína passar a ser publicada na revista Master Comics #50, onde é publicada com o título do segundo seriado, Perils of Nyoka. A história foi ilustrada por Jack Sparling. a heroina segue sendo publicada na revista, até quem em 1945, é lançada a segunda edição revista Nyoka, the Jungle Girl, trazendo na capa o número 2, as histórias mesclaram as duas versões, a heroína se chama Nyoka Gordon e tem aventuras em selvas de várias partes do mundo. A revista durou 76 edições, e, mesmo sem a licença de Edgar Rice Burroughs, seguiu sendo chamada de "Nyoka, the Jungle Girl". A heroína foi publicada nas duas revistas até 1953.
Também em 1944, a Republic lança The Tiger Woman, ambientado na América do Sul e estrelado por Linda Stirling como Tiger Woman/Rita Arnold, no mesmo ano, a atriz estrelou Zorro's Black Whip, que apesar do nome, não é um seriado sobre o Zorro e sim sobre uma heroína similar, a The Black Whip do título, o estúdio fez uma alusão aos seriados de Nyoka, a heroína chama-se Barbara Meredith e é ajudada por Vic Gordon (George J. Lewis).
Em 1955, a Republic lança seu penúltimo seriado, Panther Girl of the Kongo, estrelado por Phyllis Coates como Jean Evans, a Panther Girl do título, o seriado era praticamente um pastiche de Jungle Girl de 1941 e reutilizou cenas de arquivo do mesmo.
Após o processo de plágio movido pela National (atual DC), que alegava que o Capitão Marvel era um plágio do Superman, a Fawcett vendeu várias séries para a Charlton, onde a heroína mudou de visual e se tornou loira.
Em 2014, a ERB Inc. anunciou uma webcomics baseada em Fou-Tan, roteirizada por Martin Powell e ilustrada por Will Meugniot. Em 2015, Nik Poliwko substituiu Will Meugniot, em 2018, a série passou a ser desenhada por Arianna Farricella.
Alguns exemplos de tarzanides:
Bomba
Bomba, o filho das selvas, foi uma série de livros iniciada em 1926. No primeiro livro, as aventuras de Bomba se passavam na América do Sul, mas logo mudaram para a África. Em 1949, o personagem ganhou uma série de 12 filmes, estrelado por Johnny Sheffield, o Boy, filho adotivo de Tarzan e Jane nos filmes estrelados por Johnny Weissmuller entre os anos de 1939 e 1947, criado para substituir Korak, o filho legítimo de Tarzan e Jane nos livros, a Dell Comics misturava elementos dos livros e dos filmes, o nome do filho de Tarzan era Boy, com o tempo, foi substituído pelo Korak. Em 1967, Bomba ganhou uma versão em quadrinhos pela DC Comics. Sheffield chegou a gravar outra série chamada 'Bantu the Zebra Boy', escrita e dirigida pelo seu pai, Reginald Sheffield. Tal série, porém, nunca chegou a ser terminada.
Zobi the jungle boy
Jim das Selvas foi uma tira criada em 1934 por Don Moore (roteiros) e Alex Raymond (desenhos) . O personagem era um caçador em selvas asiáticas, entre 1931 e 1933, Raymond havia sido assistente de Lyman Young em outra série ambientada nas selvas, Tim Tyler's Luck. Os criadores chegaram a testar um tarzanide: Zobi, the jungle boy, porém o personagem não durou muito tempo no título. De 1948 a 1955, Johnny Weissmuller estrelou 16 filmes pela Columbia Pictures, e entre 1955 e 1956, o ator interpretou novamente o personagem em uma série de TV com 39 episódios.
Sheena, Queen of the Jungle
Sheena, a rainha das selvas, foi criada por Will Eisner e publicada pela primeira vez na revista britânica Wags #1 (1937). No ano seguinte, passou a ser publicada pela Fiction House, em Jumbo Comics #1. Ganhou um título próprio em 1942, Sheena, Queen of the Jungle. O nome da personagem teria sido inspirado no romance She (Ela, a Feiticeira, no Brasil), de H. Rider Haggard, publicado pela primeira vez em 1887. O livro conta a história da Ayesha, a rainha imortal do reino perdido de Kôr na Africa. Ayesha é uma possível inspiração para La de Opar, surgida em The Return of Tarzan (1913), e a Rainha Samaris XII de O Fantasma (surgida em uma página dominical de 1961). Em 2015, a Dynamite Entertainment anunciou um crossover de Sheena com Tarzan.
Ka-Zar
Em 1936, a Timely Comics lança a revista pulp Ka-Zar - a revista era protagonizada pelo herói homônimo, criado por Bob Byrd. Esse Ka-Zar era uma garoto órfão criado na Africa - seu verdadeiro nome era David Rand. Em 1939, Ka-Zar é adaptado para os quadrinhos na primeira revista em quadrinhos da Timely, a Marvel Comics #1 - o personagem foi publicado até 1942. Entre 1954 e 1955, a editora investiu em outros personagens do gênero nas revistas Jungle Action (seis edições) e Jungle Tales (sete edições).
Em 1965, Stan Lee e Jack Kirby criam um novo Ka-Zar como coadjuvante das histórias dos X-Men - Kevin Plunder era um órfão que vivia na fictícia Terra Selvagem, uma terra habitada por seres pré-históricos e localizada no Círculo Polar Antártico. A Terra Selvagem guarda semelhanças com Pellucidar, outra série literária de Burroughs e que também chegou a ser visitada por Tarzan em Tarzan at the Earth's Core (1930). O herói já havia visitado outra terra com dinossauros - Pal-ul-don - em Tarzan the Terrible (1921). Em Dezembro de 1972, a editora lança a revista Shanna the She-Devil, criada por Carole Seuling e George Tuska. Apesar de sua origem ter como cenário a Africa, logo ela seria transferida para a Terra Selvagem, onde acabaria se casando com Ka-Zar. A Marvel também publicaria Tarzan em duas ocasiões: uma revista publicada entre 1977 e 1979 (29 edições e 3 anuais) e uma edição em Marvel Comics Super Special #29, publicada em 1983 para aproveitar o lançamento do filme Greystoke: The Legend of Tarzan, Lord of the Apes (estrelado por Christopher Lambert e lançado no ano seguinte). Também publicou uma mini-série em duas edição de Sheena (uma quadrinização do filme também lançado em 1984 e estrelado por Tanya Roberts).
.
Jo-Jo, Congo King
Surgido em 1947, Jo-Jo é mais um caso de personagem epônimo, ou seja, seu nome veio do título de uma revista de quadrinhos de humor, a Jo-Jo Comics da Fox Feature Syndicate, que após seis edições, passou a ser chamada de Jo-Jo Congo King. O herói fala um inglês quebrado, o que sugere que pode ter sido influenciado pela versão do Tarzan interpretada por Johnny Weissmuller.
Auro, Lord of Jupiter
Surgido em Planet Comics #1 (1940), Auro foi um tarzanide espacial da Fiction House. Auro era o filho de um cientista que sobrevive em Júpiter e foi criado por uma espécie de tigre dentes de sabre deste planeta. O personagem também tem elementos de outra criação de Burroughs, John Carter de Marte. Tal como Carter, Auro ganhou super-força e a habilidade de saltar em Júpiter (o mesmo conceito foi usado nas primeiras histórias do Superman por Jerry Siegel e Joe Shuster). Uma nova versão de Auro foi lançada em Planeta Comics # 41 (1965), onde um cientista da Terra tem sua mente transferida para Auro (um homônimo do primeiro personagem). Essas histórias eram mais próximas de heróis espaciais como Flash Gordon e Buck Rogers.
Targo
No Brasil, os tarzanides foram publicados por diversas editoras, inclusive pela Ebal de Adoldo Aizen, que foi a casa do Tarzan durante muitos anos. Os primeiros quadrinhos do personagem foram publicados pela primeira vez no país na revista Suplemento Juvenil de Aizen.
O mais bem sucedido dos tarzanides brasileiros foi Targo, criado por encomenda do editor Heli Otávio de Lacerda e lançado em 1962 pela Editora Outubro. Targo era um bebê que foi criado por índios apocajés. A Amazônia onde Targo vivia também possuía seres pré-históricos. Homens brancos criados por índios já haviam sido retratados em O Último dos Moicanos de James Fenimore Cooper (1826), e até mesmo por Edgar Rice Burroughs em The War Chief (1927).
Uma Amazônia pré-histórica já havia sido retratada em outras obras, como o romance O Mundo Perdido, de Arthur Conan Doyle (1925). Quanto ao nome do personagem, há duas versões: segundo Rodolfo Zalla, o nome Targo foi usado para confundir os leitores, que comprariam pensando se tratar de Tarzan; já Gedeone Malagola afirmava que o nome Targo teria vindo do sobrenome de um amigo dos tempos da polícia (o sobrenome do amigo era Targa e que sempre era associado com Tarzan). Coincidentemente, Targa é o nome de tarzanide francês, publicado entre 1947 e 1951. Targo foi publicado até meados da década de 1970 pela Taíka, nome que a Outubro passou a usar após a Editora Abril ter registrado todos os meses do ano. Em 1993 teve uma única edição pela Editora Ninja.
Luana, a filha da floresta
Em 1968, é lançado o filme germano-italiano Luana la figlia della foresta vergine, dirigido por Roberto Infascelli (com o pseudônimo de Bob Raymond) e estrelado por Mei Chen, o filme conta a história de uma jovem que sobreviveu a um acidente de avião na Africa. Órfã de pai, ele acaba sendo criada por macacos.
Para promover o filme, foram contratados dois artistas que trabalharam com Tarzan: Frank Frazetta (responsável pela ilustrações de edições da série de livros publicadas pela Ace Books na década de 1960) e Russ Manning (que ilustrou quadrinhos do Tarzan para as editoras Dell e Gold Key, além de tiras diárias e pranchas dominicais distribuídas pela United Feature Syndicate, diferente de Frazetta, Manning não apenas ilustrou pôsteres do filme, como produziu tiras diárias de Luana, em 1974, a arte de Frazetta foi reutilizada em duas publicações:
Uma versão em romance publicada pela Ballantine e escrita por Alan Dean Foster, um autor conhecido por adaptar diversões filmes e franquias como Star Wars, Star Trek e Alien.
Na edição #31 da revista Vampirella da Warren, que além da capa de Frazetta trouxe uma quadrinização assinada por Doug Moench (roteiro) e Esteban Maroto (desenhos).
Embora a inspiração seja Tarzan, há diferença entre os diversos tarzanides: alguns se assemelham a Tarzan ao serem crianças selvagens criadas na floresta, outros são robinsonadas, ou seja, homens ou mulheres que tentam voltar para a civilização. Robinsonada é um termo derivado de Robinson Crusoé, de Daniel Defoe (1719). Exemplos:
Thun'da, de Frank Frazetta, e os brasileiros Hur, de Wilson Fernandes, e Tarun, de Paulo I. Fukue. Alguns podem até desistir de voltar para a civilização, como é o caso de Rulah. A deusa das selvas da Fiction House, Rulah pode ser definida como Going Native, o termo também define personagens que mudam de cenário por conta própria, como Shanna, the She-Devil.
Ver também
Tarzan por Oswaldo Storni
Saturnin Farandoul, um antecessor de Tarzan
Tarzanides indianos
Fontes e referências
Going Native
Mes trésors
Jungle Girl (serial)
Jungle Girl by Edgar Rice Burroughs
Nyoka the Jungle Girl
Sheena e as tarzanas
Les Tarzanides du grenier (n° 26)
Jungle Jim (pt 1)
Queen Samaris' Crush on Phantom (Remix version of Indrajal Comics No. 13)
Jungle Jim (pt 2)
Meriem (Tarzan) - Wikipedia
The Feud That Never Was [Guest Post]
Ka-Zar, um dos personagens mais antigos da Marvel
Public Domain Super Heroes Wikia
Sheena Vol 1
Tarzan in Marvel Wikia
Memo, a revista da memória gráfica
Jungle Princess
Don Markstein's Toonopedia: Nyoka the Jungle Girl
ERBzine 0831: Russ Manning Tribute II
Alan Dean Foster - Books & Collections
The Golden Age Site - Luana
Sheena, depois de Tarzan, a primeira Rainha das Selvas!
As rainhas da selva - Histórias de Cinema
Tarzan influenced comics -Erbzine
MeMo – A revista da memória gráfica
Wild Men, She-Devils, and Hairy Mothers
The Jungle Queens
Tarzan Boy - TV Tropes
Fontes e referências
Mattos, Antonio Carlos Gomes de. A Outra Face de Hollywood: Filme B. Rocco, 2003.
RobinsonadeGoing Native
Mes trésors
Jungle Girl (serial)
Jungle Girl by Edgar Rice Burroughs
Nyoka the Jungle Girl
Sheena e as tarzanas
Les Tarzanides du grenier (n° 26)
Jungle Jim (pt 1)
Queen Samaris' Crush on Phantom (Remix version of Indrajal Comics No. 13)
Jungle Jim (pt 2)
Meriem (Tarzan) - Wikipedia
The Feud That Never Was [Guest Post]
Ka-Zar, um dos personagens mais antigos da Marvel
Public Domain Super Heroes Wikia
Sheena Vol 1
Tarzan in Marvel Wikia
Memo, a revista da memória gráfica
Jungle Princess
Don Markstein's Toonopedia: Nyoka the Jungle Girl
ERBzine 0831: Russ Manning Tribute II
Alan Dean Foster - Books & Collections
The Golden Age Site - Luana
Sheena, depois de Tarzan, a primeira Rainha das Selvas!
As rainhas da selva - Histórias de Cinema
Tarzan influenced comics -Erbzine
MeMo – A revista da memória gráfica
Wild Men, She-Devils, and Hairy Mothers
The Jungle Queens
Tarzan Boy - TV Tropes
Les Tarzanides peu connus
As mulheres da selva, de Carlos Gonçalves e Edgard Guimarães, suplemento do fanzine QI 162
As mulheres da selva, de Carlos Gonçalves e Edgard Guimarães, suplemento do fanzine QI 162
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