Quem são os Titãs?
Assim como na postagem anterior, recuperei uma matéria publicada em um formatinho via OCR.
Texto adaptado de Happy Anniversay, Titans: Who You Are and How You Came to Be, escrita por Mark Waid para a revista Secret Origins Annual 3 (1989), publicado pela Editora Abril em Superpowers #9 (novembro de 1990), tradutor não creditado
Parceiros juvenis marcaram presença
regularmente nas histórias em quadrinhos desde os primórdios dos super-heróis.
Robin, o Menino-Prodígio, foi o primeiro; empatados em segundo lugar,
literalmente, dúzias de adolescentes que surgiam nos três ou quatro anos
seguintes para combater o crime ao lado de mentores adultos. Capitão América
tinha Bucky; Arqueiro Verde, Ricardito; o Tocha Humana (o original,
evidentemente) tinha Centelha, assim como uma infinidade de super-heróis do
segundo time também se dedicava a treinar aprendizes para lutar a seu lado. Parceiros
juvenis se tornaram quase tão comuns quanto super-heróis: o pensamento entre os
editores de histórias em quadrinhos era de que estes davam ao público jovem
alguém com quem se identificar. Mas os tempos foram mudando. Menos super-heróis
e parceiros juvenis eram criados. Assim, os jovens aventureiros começaram a
desaparecer no início dos anos cinquenta.
No final daquela década, a DC fez reviverem vários de seus personagens antigos, como Lanterna Verde, Flash, Gavião Negro e Eléktron; além disso, reuniu alguns de seus heróis mais populares num grupo conhecido por Liga da justiça da América. Cartas pediam a formação de um supergrupo composto pelos colegas mais jovens dos justiceiros. A DC decidiu não se arriscar por algum tempo, para ver se a demanda era duradoura. Como era, a editora fez um teste: a edição número 54 de The Brave And The Bold (junho/julho, 1964), revista de encontros de heróis da DC, incluía Kid Flash, Aqualad e Robin reunidos numa história com argumento de Bob Haney e arte de Bruno Premiani e Charles Paris. Nessa aventura, os três jovens heróis viajavam a uma cidade chamada Hatton Corners para resgatar um grupo de adolescentes das mãos do terrível Senhor Ciclone. Não só trabalharam bem em conjunto, como as vendas da revista foram aparentemente altas, pois, um ano depois, em The Brave And The Bold #60 (junho/julho, 1965), o trio voltou, dessa vez acompanhado de uma nova heroína chamada Moça-Maravilha. Batizados de Turma Titã (nome usado pela EBAL, Teen Titans no original), apareceram pela terceira vez em Showcase # 59 (novembro/dezembro, 1965).
The Brave and the Bold #64,arte de Bruno Premiani |
The Brave and Bold #60, arte de Nick Cardy |
Showcase #59, arte de Nick Cardy |
Dois meses depois, os Titãs finalmente ganharam revista própria. Suas aventuras eram escritas por Haney e geralmente ilustradas por Nick Cardy, um desenhista notável com estilo marcante, cujo trabalho de arte-final não ficava devendo nada a ninguém. Haney criou um supergrupo diferente de qualquer outro das histórias em quadrinhos. Robin, Kid Flash, Aqualad e Moça-Maravilha não se expressavam como adolescentes dos anos 60, mas da maneira como os adultos imaginavam os jovens daquela época; era parte do charme dos Titãs. Os quatro garotos, às vezes acompanhados por Ricardito, tinham seu quartel-general numa caverna. Sempre que recebiam um pedido de socorro em seu circuito fechado de televisão, acessível ao público, acionavam um helicóptero (bem escondido atrás de um outdoor anunciando o programa de tevê do Batman) e corriam para salvar o dia contra adversários como Scorcher, um desordeiro tão esquentado que usava chapéu de bombeiro; Ding-Dong Daddy, que envenenava motores e negociava com carros roubados; e Mad Mod, um estilista inglês que virou muambeiro. Haney e Cardy, junto com o semirregular desenhista convidado, Irv Novick, guiaram a revista por dezessete números. Durante esse período, Teen Titans teve uma força instável toda própria. Com a edição número 18, o novo editor Dick Giordano assumiu o cargo de George Kashdan, trazendo para a revista novos talentos criativos na tentativa de dar um estilo mais moderno e dramático à série. Estreantes como Len Wein, Marv Wolfman, Mike Friedrich e Neal Adams renovaram e expandiram o time ao incluir Rapina e Columba (criados por Steve Ditko e Steve Skeates), mas Giordano queria ir além. Assim, com a edição número 25 (janeiro/fevereiro, 1970), os Titãs se viram impossibilitados de evitar a morte de um filantropo. Incertos quanto ao passo seguinte, os Titãs (fora Robin, que se afastara para cursar a faculdade) abandonaram suas identidades secretas e, ao lado da misteriosa Lilith e de Mal Duncan, se submeteram a um programa de treinamento de trabalho em equipe e serviços sociais organizados por outro filantropo, Loren Júpiter.
Rapina e Columba em Teen Titans #21 (junho de 1969) |
Teen Titans #44, desenho de Ernie Chan, arte-final de Vince Colleta |
Teen Titans #53, desenho de Rich Buckle, arte-final de Jack Abel |
No começo dos anos 80, vários artistas importantes transferiram-se da Marvel para a DC. Três deles eram Len Wein e Marv Wolfman, escritores/editores que sempre tiveram um fraco pelos Titãs, e George Pérez, um desenhista famoso que havia se tornado conhecido por seu trabalho em Vingadores e Quarteto Fantástico. Tendo Wein como editor e conselheiro, Wolfman e Pérez puseram-se a repensar os Titãs em função do publico dos anos 80. Juntos, decidiram que Robin, Kid Flash e Moça-Maravilha permaneceriam; um antigo convidado especial dos Titãs, Rapaz-Fera, poderia se tornar Titã com um novo e menos embaraçoso nome: Mutano. E mais três personagens seriam integrados ao grupo, logo conquistando o coração dos leitores: Estelar, Ravena e Cyborg. Não desejando desafiar a sorte com um nome que havia fracassado duas vezes, Wein e Wolfman tentaram convencer a DC de que a revista deveria se chamar simplesmente Os Titãs. Mas havia problemas de direitos autorais. Um meio-termo foi alcançado. Um mês apos um "trailer" especial ter sido inserido na revista DC Comics Presents #26 (onde sempre o Superman se aliava a outro herói), a primeira edição chegou às bancas, o nome era The New Teen Titans . Foi um best-seller imediato, líder de uma linha inteira da DC durante a primeira metade da década de 80. Virtualmente, tudo nos Novos Titãs diferia de seus predecessores. A equipe agora raramente lutava contra criminosos comuns; em vez disso, estava organizada por Ravena para combater o malévolo demônio Trigon e, assim, salvar a própria Terra. Seu quartel-general era, e ainda um enorme edifício em forma de "T", a Torre Titã, localizada numa ilha próxima a Nova Iorque. E a revista estava aberta a mudanças. O grupo avançava numa velocidade mortal; não havia status quo. O time combateu seus mentores na Justice League Of America #4 (série antiga); encontrou o Homem-Robô e Mento (guardião de Mutano), membros da Patrulha do Destino, há muito tempo sumidos, conheceu o cabeça de um demoníaco culto religioso, Irmão Sangue. Os Novos Titãs até mesmo lutaram lado a lado com os X-Men, num especial único, sem continuação, produzido por Chris Claremont, Walt Simonson e Terry Austin em 1982. Os jovens titânicos ganharam seu primeiro novo membro no numero 30, uma jovem chamada Terra, e marcaram presença na origem do Vigilante, o promotor público Adrian Chase, Em The New Teen Titans Annual 2.
New Teen Titas #1, desenho de George Perez, arte-final de Dick Giordano |
Uncanny X-Men and The New Teen Titans, arte de Walt Simonson |
Leitura adicional
Mauricio Muniz, Revista Mundo dos Super-Heróis - Edição 05, Garotos Prodígios, Editora Europa, junho/julho de 2007
Revista Mundo dos Super-Heróis - Edição 12, Dossiê Novos Titãs, Editora Europa, setembro/outubro de 2008
Torre Titã
Titans Tower
A Ascensão de Dick Grayson
Novos Titãs: Titans Companion 1
Kid Sidekick - Tv Tropes
Crítica | Brave and the Bold #60: O Homem Fragmentado [Primeira Aparição: Jovens Titãs e Moça-Maravilha]
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