Fantômas, o guerreiro da justiça
Criado em 1930 por Takeo Nagamatsu, o personagem Fantômas, o guerreiro da justiça (Ōgon Bat ou Ōgon Batto, literalmente Morcego Dourado) é o primeiro super-herói japonês, o personagem estreou em kamishibais, uma espécie de teatro itinerante narrado com ilustrações, as origens dos kamishibais remontam ao século XII, quando surgiram os emakimonos, rolos de pintura (semelhantes a pergaminhos) que eram usados para contar histórias a uma plateia de analfabetos.
Tanto os emakimonos, quanto os kamishibais são exemplos de arte sequencial, onde as histórias em quadrinhos também estão enquadradas, o termo muitas vezes é usado um sinônimo para histórias em quadrinhos, mas trata-se de um termo mais amplo.
O personagem era uma caveira dourada vivendo nos Alpes japoneses e apresentava superpoderes como superforça e voo, antecedendo personagens como Superman, além de Fantômas, surge outro herói com o poder de voo nos kamishibais, o Príncipe de Gamma.
O personagens seria adaptado em 22 mangás.
Numa época em que não havia controle de direitos autorais, o personagem foi copiado por outros artista, em 1935 teve um mangá por Yuasa Kumesaku, onde o personagem é um vilão.
Em 1947, o personagem ganha dois mangás, uma pelo próprio Takeo (na verdade era precisamente um emonogatari, um tipo de quadrinho inspirado pelos kamishibais e outro por por Osamu Tezuka, em 1950 ganha seu primeiro filme,Ôgon bat: Matenrô no kaijin, lançado pela Tokyo Eiga Haikyuu (empresa que daria a Toei Company) e dirigido por Toshio Shimura.
Vídeo do canal ilha Kaijuu que explica sobre os emonogataris
O mangá de Osamu Tezuka |
Vídeo do canal ilha Kaijuu sobre a versão de Tezuka
Em 1959, Satoshi Inoue produziu um mangá para a editora Nakamura Shoten.
Em 1966, a Toei lança um novo filme, estrelado por Sonny Chiba como Dr. Yamatone e Osamu Kobayashi como a voz do Fantômas, o dublê não foi creditado, no ano seguinte, surge o anime, produzido pelas produtoras Daichi Doga e Tele-Cartoon Japan (a mesma que animaria Johnny Cypher in Dimension Zero) e Dongyang Animation a série teve apenas uma temporada de 52 episódios e recebeu nomes diferentes ao redor do mundo, todos evocando a parte sobrenatural do personagem, Fantaman na Itália, Fantasmagórico em países hispânicos e Phantoma na Austrália e nos Estados Unidos, inicialmente no Brasil também era chamado de Fantaman quando exibido pela TV Tupi e logo depois de Fantômas pela TV Record, nome que remete ao famoso ladrão da literatura francesa e a um lutador brasileiro de telecatch (um tipo de luta livre) que usava uma máscara tal qual os lutadores mexicanos, curiosamente, o Fantômas literário inspirou uma popular série de quadrinhos mexicana, na Itália, o filme de 1966 recebeu o nome de Il ritorno di Diavolik (que remete ao nome dos personagens do gênero fumetto neri, que tem Diabolik como o personagem principal). A série de teve um mangá na revista Weekly Shōnen King por Koji Kada (roteiro) e Daiji Kazumine (desenhos), Kada já havia escrito kamishibais do personagem na década de 50 entre 1966 e 1967 e outro por Satoshi Inoue baseado no anime publicado pela revista Shōnen Gahōsha entre 1967 e 1968.
Conforme mencionei anteriormente, apesar das diferenças entre a Coréia do Sul e o Japão, a produção coreana foi bastante influenciada pela japonesa, os animes e mangás chegaram no país muitas vezes através da pirataria, Mazinger Z inspirou a série Robot Taekwon V (1976) dirigido por Kim Cheong-gi, dentre esses genéricos estava um longa-metragem de animação também chamada de Morcego Dourado em coreano, curiosamente, o personagem é misto do Fantômas com o Batman, o herói americano também muito popular nesse período por conta da série estrelada por Adam West, a ponto de ter um mangá oficial no Japão com arte de Jiro Kuwata, além do Batman, também teve uma versão coreana da Mulher-Maravilha em 1978, Run, Wonder Princess! (날아라 원더공주), também dirigido por Kim Cheong-gi.
Em 1991 surge mais uma produção coreana, o filme Yong Gu and the Golden Bat (영구와 황금박쥐).
Em 2000, o estúdio AIC (Anime International Company) anunciou um reboot do anime dirigido por Shinichi Watanabe (não confundir com Shinichiro Watanabe de Cowboy Bebop e Samurai Champloo), contudo, o projeto foi cancelado, sobrando apenas o teaser.
Entre 2013 e 2014, a Cult Classic lançou no Brasil os DVDs do anime e o filme, ambos legendados.
Em dezembro de 2022,surge um novo mangá na revistaChampion RED, escrito por Jun Kagurazak e ilustrado por Kazutoshi Yamane, de GAMBLE FISH.
Como complemento, indicou esse vídeo do canal/blog Ilha Kaijuu de Rafael Machado Costa:
Links úteis
Ogon Bat (Golden Bat) - International Heroes
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