Imaro e Dossouye, histórias de fantasia ambientas na África
Sword and sorcery (traduzido como espada e feitiçaria, espada e magia ou ainda espada e bruxaria) é um subgênero da fantasia que teve seu desenvolvimento nas revistas pulp, o exemplo mais notório é Conan, o bárbaro criado pelo escritor americano Robert. E. Howard (1906-1936), Howard definiu as histórias em um período antigo, definido entre o hipotético fim da Atlântida (um continente descrito pelo filósofo Platão) e Antiguidade. Howard se inspirou em civilizações reais para criar as civilizações presentes na história, Conan por exemplo, é um cimério, descrito pelo autor como ancestrais dos escoceses e irlandeses, embora muitas desses povos eram de origem europeia, havia também espaço para o continente africano, É o caso de Stygia, que daria origem ao Egito e Kush, Kush ao contrário de Stygia (que veio do rio Styx da mitologia grega), é um nome que é inspirado num lugar real, Kush ou Cuxe em português, é o nome de um antigo Reino na Núbia, uma região próxima ao Egito, onde hoje é o Sudão, os núbios tinham a pele mais escura que os egípcios e são considerados negros, o nome Cuxe é visto na Bíblia como o nome do filho de Ham, filho de Noé. A capital do Reino de Cuxe era Meroé. Os núbios dominaram o Egito durante a chamada XXV Dinastia (744–656 a.C), sendo também chamada de Dinastia Núbia, Império Cuxita ou A dinastia dos faraós negros. Howard também criou Darfar, inspirado em Darfur no Sudão, de acordo com a Wikipédia:"Dar é uma palavra árabe que significa casa - a região foi nomeada Dardaju ( árabe : دار داجو ) enquanto governada pelos Daju , que migraram de Meroé c. 350 a.C".. Darfar ficaria entre o sul de Stygia e o leste de Kush. Há também Keshan, reino ao sul de Stygia e no interior oriental de Kush,o nome vem Kesh, um nome para Núbia no Egito e Punt, a leste de Keshan, o nome veio de Punt, uma região próxima ao Egito cuja localização é motivo de debates.
Invasão núbia no Egito, arte de Gregory Manchess para a revista National Geographic |
Taharqa por Alexandre Jubran para a revista Super Interessante
Nubian Warrior, arte de Boris Vallejo |
A partir da década de 1950, A cronologia de Conan teria intervenções dos escritores Lin Carter e L. Sprague de Camp, primeiro com adição de conteúdo nos originais e depois com sequências, de Camp ainda compraria os direitos de Conan. Howard chamava a capital de Kush de Shumballa, já de Camp renomeou para Meroé.
O conto The City of Skulls (1967) introduz Juma, o amigo cuxita de Conan, em 1970, Conan passou a ter uma revista em quadrinhos pela Marvel Comics.
Em Conan the Barbarian #84 (março de 1978), surge o darfariano Zula, criado por Roy Thomas, John Buscema e Ernie Chan, outro aliado de Conan, Thomas se inspirou na tribo Zulu da África Austral, presente nos seguintes países: África do Sul, Lesoto, Suazilândia, KwaZulu-Natal, Zimbábue e Moçambique. Zula apresenta um corte de cabelo popularmente conhecido como "Mohawk" ou "Moicano" no Brasil, uma alusão as tribos indígenas que usavam esses corte: Mohawks, moicanos e cherokees, o penteado foi adotado por punks nos anos 70 e também pelo ator Mr. T, T disse que a inspiração foi a tribo Mandiga da Africa Ocidental, o visual foi adotado por outros afro-americanos, essa variação afro-americana recebeu o nome frohawk (um misto de afro e mohawk) e atualmente é muito comum na subcultura afropunk, que inclusive reconhece o pioneirismo da banda Death, formada por três irmãos afro-americanos nos anos 70.
No filme Conan, o destruidor (1984), estrelado pelo ator e fisiculturista Arnold Schwarzenegger, Zula teve seu gênero trocado e é interpretado pela modelo, cantora e atriz Grace Jones. Na série animada, Conan the Adventurer Zula é retratado como um homem, mas sem o corte de cabelo "frohawk".
O conto The City of Skulls (1967) introduz Juma, o amigo cuxita de Conan, em 1970, Conan passou a ter uma revista em quadrinhos pela Marvel Comics.
Conan reencontra Zuma em The Savage Sword of Conan #41 (junho de 1979), roteiro de Roy Thomas e arte de John Buscema e Tony Dezuniga |
Em Conan the Barbarian #84 (março de 1978), surge o darfariano Zula, criado por Roy Thomas, John Buscema e Ernie Chan, outro aliado de Conan, Thomas se inspirou na tribo Zulu da África Austral, presente nos seguintes países: África do Sul, Lesoto, Suazilândia, KwaZulu-Natal, Zimbábue e Moçambique. Zula apresenta um corte de cabelo popularmente conhecido como "Mohawk" ou "Moicano" no Brasil, uma alusão as tribos indígenas que usavam esses corte: Mohawks, moicanos e cherokees, o penteado foi adotado por punks nos anos 70 e também pelo ator Mr. T, T disse que a inspiração foi a tribo Mandiga da Africa Ocidental, o visual foi adotado por outros afro-americanos, essa variação afro-americana recebeu o nome frohawk (um misto de afro e mohawk) e atualmente é muito comum na subcultura afropunk, que inclusive reconhece o pioneirismo da banda Death, formada por três irmãos afro-americanos nos anos 70.
Conan e Zula na capa de Conan the Barbarian #85 (abril de 1978), arte de John Buscema. |
No filme Conan, o destruidor (1984), estrelado pelo ator e fisiculturista Arnold Schwarzenegger, Zula teve seu gênero trocado e é interpretado pela modelo, cantora e atriz Grace Jones. Na série animada, Conan the Adventurer Zula é retratado como um homem, mas sem o corte de cabelo "frohawk".
O leitor está se perguntado? Para quê introduzir esse texto com alusões ao Conan? Mais para frente, o leitor verá que existem algumas conexões.
Na década de 1970, o escritor afro-americano radicado no Canadá, Charles R. Saunders, teve a ideia criar histórias do gênero sword and sorcery, mas protagonizado por negros, Saunders criou um novo termo, sword and soul, o termo soul é muito usado pela comunidade afro-americana, um exemplo notório é a soul music, um gênero musical que mistura elementos do gospel e do rhythm and blues.
Saunders criou o continente fictício Nyumbani, inspirado na África, o nome tem origem na palavra nyumba da língua suaíli, idioma falado na Africa oriental, é uma das línguas oficiais do Quénia, da Tanzânia e de Uganda. Nesse continente, vive Imaro, um membro da tribo Ilyassai (inspirado nos masai, grupo étnico seminômades localizado no Quênia e no norte da Tanzânia).
Masai Warrior por Frank Frazetta |
Em 1974, Saunders publicou a novela em duas partes "M'ji Ya Wazimu", a primeira história de Imaro, nas edições 4 e 5 do fanzine Dark Fantasy do desenhista de quadrinhos canadense Gene Day (1951-1982), mais conhecido por desenhar o Mestre do Kung para a Marvel, o conto chamou a atenção de Lin Carter, que no ano seguinte publicou na antologia The Year's Best Fantasy Stories da editora DAW Books com o título "The City of Madness", Saunders publicou mais onze contos em fanzines e antologias.
Gene Day apresentou Saunders a Roy Thomas, Sanders escreveu um ensaio sobre os reinos africanos da Era Hiboriana intitulado "To Kush and Beyond: The Black Kingdoms of the Hyborian Age", o ensaio teve desenhos de John Buscema e Gene Day (que também arte-finalizou) e foi publicado The Savage Sword of Conan #56 (setembro de 1980) da Marvel Comics, no Brasil, o ensaio foi traduzido e adaptado por Leandro Luigi Del Manto como Os Reinos Negros da Era Hiboriana e publicado pela Editora Abril em A Espada Selvagem de Conan #35 (setembro de 1987), e pode ser lido no seguinte link. De acordo com Saunders, Thomas planejou um título para Zula e pensou em Saunders como roteirista, mas uma série de fatores, como a ida de Thomas para a DC, inviabilizar o projeto.
O editor e fundador da DAW Books, Donald A. Wollheim sugeriu que Saunders transforma-se as histórias de Imaro em um romance, publicado em 1981, com capa de Ken Kelly, sobrinho da esposa de Frank Frazetta, Eleanor Kelly Frazetta, tanto Frank, quanto Ken são conhecidos pelas capas de Conan, Saunders selecionou seis histórias: "Mawanzo", "Turkhana Knives", "The Place of Stones", "Slaves of the Giant Kings", "Horror in the Black Hills", e "The City of Madness", em 1984, publica pela mesma editora Imaro II: The Quest for Cush, com capa de James Gurney, reunindo quatro contos pré-publicados anteriormente: Mwenni", "In Bana-Gui", "On the Bahari Mashiriki", e "In Kush", em 1985, publica um terceiro livro The Trail of Bohu, novamente ilustrado por James Gurney, esse livro não era uma coleção de contos e novelas, mas sim um romance inédito. Ele ainda explorou o universo de Nyumbani em outras sete histórias, publicadas entre 1976 e 1982.
Em junho de 1984, publica o conto Mzee na revista Dragon Magazine #86 e na edição 122, publica o ensaio Out of Africa, Dragon é uma revista de RPG lançada pela TSR, Inc. a mesma de Dungeons and Dragons, primeiro RPG da história, o conto faz parte da série Imaro e foi republicado no fanzine The Chronicler of Cross Plains #2 de 2006 e ainda não teve republicação em livros da série. Link para a edição 86 da revista Dragon.
Ainda na década de 1970, iniciou uma nova série Dossouye, a personagem de mesmo nome é uma guerreira do exército de mulheres ahosi do Reino de Abomey, que após uma guerra, acaba em exílio, mais uma vez, Saunders cria um lugar fictício inspirado na história real da Africa, ahosi ou mino foi um exército de mulheres guerreiras da etnia Fon (podemos chamar de amazonas) no Reino de Daomé atual Benin (que durou de aproximadamente 1600 até 1894), o nome Abomey (ou Abomei) é real, trata-se de uma cidade de Benin, que foi a capita de Daomé.
As guerreiras ahosi teriam servido de inspiração para o exército Dora Milaje de Wakanda nas histórias do Pantera Negra da Marvel Comics, as Dora Milaje estrearam em Black Panther #1 (novembro de 1998), criadas por Christopher Priest e Mark Texeira. Em 1971, o romance Conan the Buccaneer de de L. Sprague de Camp e Lin Carter apresentava as amazonas da Gamburu, lideradas pela ranhias Nzinga possivelmente inspirada em Nzinga Mbande Cakombe (1620-1663), também conhecida como Ngola Nzinga Mbande ou Dona Ana de Sousa, rainha dos reinos de Ndongo (Angola) e de Matamba, que se rebelou contra Portugal. A primeira menção as amazonas na Era Hiboriana foi no ensaio Hyborian Age de Robert E. Howard, publicado em capítulos no fanzine Phantagraph de Donald A. Wolheim.
Em 1979, publica a primeira história de Dossouye, "Agbewe’s Sword", na antologia Amazons! de Jessica Amanda Salmonson, também publicado pela DAW Books. Na década de 1980, publica três contos na série de antologias Sword and Sorceress de Marion Zimmer Bradley foram elas: Gimmile's Songs (Sword and Sorceress, 1984), Shimenege's Mask (Sword and Sorceress II: An Anthology of Heroic Fantasy, 1985) e Marwe's Forest (Sword and Sorceress III, 1986), também editadas pela DAW Books. A década de 1980 teve uma enxurarrada de filmes de espada e feitiçaria, em 1986, foi lançado o filme Amazons, roteirizado por Saunders, vagamente inspirado em "Agbewe’s Sword", só que as amazonas do título não são guerreiras negras, mas sim loiras e morenas, o filme teve um poster produzido por Boris Vallejo, também conhecido por capas de Conan, no Brasil, o filme recebeu o título A Fúria das Amazonas.E, 2004, publica uma nova história de Dossouye na antologia Dark Matter: Reading the Bones da editora Aspect.
Em 2006, o escritor publica uma nova edição de Imaro pela pequena editora Night Shade Books, com capa de Vince Evans (mais um artista de Conan) Saunders resolveu alterar o livro, retirando o conto "Slaves of the Giant Kings", que lembrava o genocídio em Ruanda em 1994, no lugar, colocou o conto "The Afua".
Em 2008, publica uma nova versão de The Quest for Cush pela Night Shade Books, novamente com capa de Evans, Saunder coloca o último capítulo/conto do primeiro livro como o primeiro deste. No mesmo ano, publica o romance Dossouye pela editora Sword and Soul Media de Uraeus (Richard Tyler) e a editora online Lulu, reunindo os contos Agbewe's Sword", "Gimmile's Songs", "Shiminege’s Mask" e "Marwe’s Forest" e adicionando um inédito, "Obenga’s Drum", com capa do artista Mshindo I. Kuumba.
Em 2009, publica uma nova versão de The Trail of Bohu e o um livro inédito de Imaro, The Naama War, também pela Sword and Soul Media e Lulu, ambos também tiveram capa de Mshindo I. Kuumba.
Em 2011, Saunders edita com Milton J. Davis, a antologia Griots: A Sword and Soul Anthology pela editora de Davis, a MVmedia, o livro também tem histórias de ambos os autores e capa de Natiq Jalil.
Em 2012, Saunders publica o romance Dossouye: The Dancers de Mulukau pela Sword and Soul Media, com capa de Mshindo I. Kuumba.
Em 2013, Saunders e Davis publicam a antologia Griots: Sisters of the Spear, novamente pela MVmedia, que também teve histórias dos dois, na França, é publicado o livro Imaro : intégrale pela editora Mnémos, com a capa de Alain Brion, o livro traz conteúdo dos quatro livros, além dos contos que não haviam sido publicados em livros. A capa é de autoria de Andrea Rushing.
Também em 2013, Davis e Balogun Ojetade lançam pela MVmedia, a série Ki Khanga com o lançamento do livro Ki-Khanga: The Anthology, com histórias dos dois.
Em 2014, Saunders publica um e-book pela Lulu com arte Kuumba
Em 2016, a dupla lança lança uma campanha de financiamento coletivo no Kickstater de um RPG de mesa de Ki Khanga, Ki Khanga: The Sword and Soul Role Playing Game, que reproduziu a mesma arte Kuumba usada na antologia, o livro é publicado em 2017 pela MVmedia.
Em 2018, Saunders lança Nyumbani Tales, mais uma vez, expandindo o continente das histórias de Imaro, com histórias que ainda não tinham sido encadernadas, como Katisa, sobre a mãe de Imaro, o livro teve capa assinada por Edison Moody. Também em 2018, Davis e Saunders publicam na antologia The Mighty Warriors, editada em e-book por Robert M. Price pela editora Ulthar Press. Davis publica um conto de sua série Changa, Saunders de Imaro e Price de Thongor, uma criação de Lin Carter que também foi adaptado em quadrinhos pela Marvel.
Em 3 de setembro de 2020, Milton J. Davis divulgou que Saunders faleceu em maio do mesmo ano, os detalhes, como data exata e causa da morte ainda não foram devidamente divulgados.
Fontes e referências
Nei Lopes (2008). Historia e Cultura Africana e Afro Brasileira. Barsa Planeta
Outro site com textos de Charles R. Saunders
Site oficial da editora MVmedia
Charles R. Saunders - Entrevista ao site Sword & Sorcery
As Amazonas Africanas: As Mulheres Maravilhas do Daomé
Kingdom of Kush - Wikipédia em inglês
Charles R. Saunders - Wikipédia em inglês
Hyborian Age - Wikipédia em inglês
Mohawk hairstyle - Wikipédia em inglês
Natural hair movement - Wikipédia em inglês
Mr. T - Wikipédia em inglês
Soul music - Wikipédia em inglês
https://marvel.fandom.com/wiki/Black_Kingdoms
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The City of Madness - Enter Charles R. Saunders
Milton J. Davis - Internet Speculative Fiction Database
Charles R. Saunders - Internet Speculative Fiction Database
Dark Fantasy - Zine Wiki
Dark Fantasy - Galactic Central
Ki Khanga: The Sword and Soul Role Playing Game - Kickstarter
Sword and Soul Revisited por Milton Davis - Black Gate Magazine
An Interview with Charles R. Saunders - The Official Philip José Farmer Web Page
Imaro - TV Tropes
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