Alguns formatos de publicação de quadrinhos ao redor do mundo







Este é um post apenas sobre formatos revistas e livros que publicam quadrinhos, contudo, deixarei alguns links sobre formatos de tiras.


Revistas de antologias

Nos Estados Unidos, o formato mais antigo de antologia são os suplementos de quadrinhos no formato tabloide (43 x 28 cm) publicados nas edições de domingo, nessas revistas eram publicadas várias séries de apenas uma página, em 1929, surgiu a ideia de publicar revistas próprias, ou seja, separadas de jornais, a princípio eram republicações (reprints) de tiras, essa primeira revista foi The Funnies da Dell Publishing (que criar um selo próprio para quadrinhos, a Dell Comics). Atualmente, as revista de quadrinhos tradicionais americanas medem 17 x 26 cm.



O formato de publicação em série ou capítulos deriva da literatura popular, sendo praticada nos folhetins, revistas pulps e penny dreadfuls. Com o tempo, muitos romances deixaram de ser publicados nesse formado seriado, sendo lançado diretamente como livro.


Em 1954, com a publicação  Seduction of the Innocent de Fredric Wertham e a adoção do Comics Code Authorithy pelas principais editoras americanas, quadrinhos para adultos quase foram extintos na América e em outros lugares (Na França e no Brasil, também existiram outros códigos), mas em 1955, a EC Comics trocou o formato da revista satírica Mad de comic book para magazine em preto e branco medindo 21,5 x 28 cm, deixando de ser uma revista submetida ao código, podendo ser destinada a adultos. a editora Warren Publishing lançou as revista Eerie e Creepy nesse mesmo formato.



Atualmente, uma revista contém uma história de 22 páginas por mês, logo depois, uma edição encadernada comum reúne 5 ou 6 edições, podendo ter outros formatos, como o omnibus, que é um livros com muitas páginas.


No mercado franco-belga, revistas como Le Journal de Tintin e Le Journal de Spirou, seguiam o modelo dos suplementos de jornal (1 página por semana), contudo, os arcos de histórias passaram a ser recolhidos em livros no formato A4, esses livros são chamados de álbuns, que contém entre 44 e 46 páginas, com o tempo, os arcos deixaram de ser publicados em revistas para serem publicados logo como álbum, semelhante as graphic novels, que também surgiram no mercado americano. O conceito de álbum se assemelha as trade paperback, edições encadernadas de quadrinhos americanos, podendo englobar um arco ou mais edições chamada de integral, o que equivalente ao omnibus americano, que podem ter até mais de 1000 páginas.





Também no mercado franco-belga, surgiram suas magazines adultas, como L'Écho des savanes e Métal hurlant (que deu origem a americana Heavy Metal), já no mercado britânico foram lançadas revistas como 2000 AD e Warrior.



Um formato que já foi amplamente utilizado no Brasil é chamado de formatinho, sua origem é o formato digest americano, que varia entre 13,65 x 21, 27 cm, 13 x 19 cm ou 14 x 21 cm (o formato mais comum) associado com a revista Reader's Digest, em 1932, surgiu na Itália a revista Topolino (a revista do Mickey Mouse de lá), no formato tabloide, contudo, em 1949, a país passou a sofrer com a escassez de papel, a solução adotado foi usar o formato digest (12,5 x 18 cm), já que a editora Mondadori também publicava uma versão da revista americana, no Brasil, O Pato Donald foi lançada em 1950 no formato comic book, mas em 1952 ( O Pato Donald #22) foi adotado o digest (13,5 x 21 cm), que passou a ser chamado de formato pato, com a diferença, enquanto o formato digest italiano é lombada quadrada, parecendo um livro (por isso chamam essa versão de Topolino libretto, para diferenciar da versão anterior, a Topolino giornale), a versão brasileira surgiu como lombada com grampos, antes era restrita aos infantis, até que em 1975, a Bloch Editores pega a licença dos heróis Marvel e lança nesse formato, que passa a ser conhecido como formatinho, o formatinho aos poucos desapareceu, atualmente a revistas de super-heróis é publicada em formato americano, o formatinho ficou restrito aos quadrinhos infantis e Bonelli. Na França, o equivalente do formatinho é o petit format, medindo 13 x 18 e com páginas geralmente em preto e branco, Exemplo: publicações da Éditions LUG como super-heróis Marvel e o tarzanide Zembla.

Ainda sobre Itália, vale mencionar o cowboy Tex Willer, criado em 1948 por Gian Luigi Bonelli e Aurelio Gallepini, o cowboy surgiu numa revista semanal medindo 17 x 8 cm contendo 32 páginas, cada página contava com três quadros, semelhante a uma tira diária, o formato é conhecido lá como Albi a striscia (algo como revista de tiras) e no Brasil foi apelidado de talão de cheque. Com o tempo, passou a ser publicado no formato 16 x 21 cm, quando usado por outras editoras, o formato é chamado de bonellide. No Brasil, Tex é publicado principalmente em formatinho, embora tenha outros formatos em edições especiais.

Revista no formato "talão de cheques" adaptando a história A Cimitarra de Buda do escritor Emilio Salgari


Em 1962, as irmãs Angela e Luciana Giussani lançam Diabolik, publicado num formato de bolso (também chamado de tascabili ou tasbabile na Itália), 12 x 17 cm, trata-se de um ladrão, a inspiração para o personagem e o formato teria sido uma edição do Fantômas de Marcel Allain Pierre e Souvestre Portrayed que as irmãs encontraram em um trem.


Diabolik

No Japão, os quadrinhos também começaram em tiras, nesse caso foram tiras de quatro quadros chamadas de yonkomas, mas também se desenvolveu o formato de antologias, no tamanho, as revistas são próximas as do tamanho de um comic book, medindo 25, 5 cm x 17,78 cm, mas o número de páginas pode passar de 500, ficando um aspecto parecido com uma lista telefônica. Cada história pode ter de 25 a 30 páginas por semana. O principal formato é o tankobon, que varia entre os formatos B6 (12,8 x 18,2 cm) a A5 (metade de um A4 ou seja, 14,8 x 2,10 cm), mas há outros formatos como o bunkoban no formato A6 (10,5 × 14,8 cm), kanzenban e wide-ban,  no formato A5 e sōshūhen  no formato B5 (17,6 × 25), uma edição wide-ban tem mais páginas e menos volumes, kanzenban costuma vir como materiais extras como pôsteres,  sōshūhen  também possui material extra, páginas coloridas e também é concluído em menos volumes.



Desenho de uma antologia de mangás fictícia 





Ver também

As Eras dos Quadrinhos nos Estados Unidos


Formatos de tiras


Formato nos Quadrinhos - Edgard Guimarães - Múltiplo 1


Comic strip formats - Wikipédia

Yonkomas, tiras japonesas

Tiras: Tamanhos e proporções!


Fontes e referências


Tankōbon - Wikipédia em inglês

Lista de revistas de mangá

Cuaderno de historietas - Wikipédia em espanhol

Revista de historietas Wipédia em espanhol

Sonha Desenhar Mangá no Japão (ou no Brasil)? Pense Duas Vezes!

Adult comics- Wikipédia em inglês

Album de bande dessiné - Wikipédia em francês

Comic book - Wikipédia em inglês

Petit format - Wikipédia em francês

Digest size - Wikipédia em inglês

Supplement (publishing) - Wikipédia em inglês

Seduction of the Innocent - Wikipédia em inglês

Grandes personagens dos quadrinhos - Spirou e Fantasio

Grandes revistas em quadrinhos – 2000 AD

History of comics - Wikipédia em inglês

Lista de formatos de banda desenhada

Revista em quadrinhos

Comic book collection books - Wikipédia em inglês

List of DC Comics reprint collections - Wikipédia em inglês

Mercado americano x Mercado europeu - Rapha Pinheiro - Youtube

Matéria: Encadernações - HQManiacs


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