Miss Fury foi lançada com o nome de Black Furry em uma página ou prancha dominical criada por June Tarpé Mills (1918-1988) em 6 de abril de 1941, distribuída pelo Bell Syndicate, a tira conta a história da socialite Marla Drake, que usa uma macacão do tipo catsuit, que lhe confere força e velocidade, o macacão foi conseguido pelo tio de Marla e era usado por um feiticeiro vudu africano. Miss Fury ganhou uma revista pela Timely (nome da Marvel na época), a revista republicou material das tiras durou 8 edições entre 1942 e 1945. No Brasil, a personagem foi publicada no Suplemento Juvenil como Mulher-Pantera no Suplemento Juvenil em 1944 e Pantera Negra pela RGE no Almanaque do Águia Negra 1962, dedicado ao personagem australiano Sir Falcon, chamado no Brasil de Águia Negra.
A quadrinista tirou o nome June pra não ser identificada como mulher, seu estilo lembra o de Milton Caniff. A tira chegou a ter problemas com
censura, ao retratar Marla de bikini em 1947, 37 jornais chegaram a interromper a publicação da tira. A tira durou até 1952.
Publicações no Brasil
O leitor pode estar se perguntando, ela veio antes ou depois da Mulher-Gato? Depois, a Mulher-Gato fez a sua estréia em Batman nº 1 (1940) e não usava um catsuit, tendo um visual bastante diferente do que o público conhece pela TV e nos cinemas. Contudo, nos quadrinhos, ela só adotou esse visual em 2001, em histórias de Ed Brubaker (roteiro) e Darwyn Cooke (desenhos). Não achei nenhuma evidência que Miss Fury tenha influenciado o catsuit da Mulher-Gato.
Arte Brian Bolland com várias roupas da Mulher-Gato
Outra personagem que mudou de roupa foi a Viúva Negra da Marvel, em 1970, curiosamente a inspiração do desenhista John Romita Sr. foi a Miss Fury.
Embora também comparem com Emma Peel (Diana Rigg) da série de televisão inglesa Vingadores (The Avengers, coincidência, não?) e espiã das tira inglesa Modesty Blaise de Peter O'Donnell (roteiros) e Jim Holdaway (desenhos).
Emma Peel
Em 1979, a Archival Press publicou uma coletânea da Miss Fury, com uma capa fornecida pela própria Tarpé Mills
Em 1991, a Adventure Comics (um selo da Malibu), publicou uma minissérie de 4 edições, com capas de Lurene Haines, roteiro de Roland Mann, desenhos de Mitch Byrd e arte-final de Page Groh, a minissérie conta a história da nova Miss Fury, Marlene Hale, neta da Miss Fury original, a tia de Marlene, Stephanie assume a identidade de Black Fury. Miss Fury e Black Fury também aparecem em The Protectors, uma série da Malibu com personagens de domínio público, como o
Amazing Man. Em 2008, a personagem aparece em The Twelve da Marvel, uma minissérie escrita por J. Michael Straczynski com os heróis da Era de Ouro da Timely.
A IDW publicou dois encadernados da linha The Library of American Comics, Miss Fury Sensational Sundays 1941-1944 (2011) e Miss Fury Sensational Sundays 1944-1949 (2013), editados pela quadrinhista e pesquisadora Trina Robbins (1938-2024).
Aa heroína encontra-se no rol de
personagens em domínio público, em 2012, ela apareceu na minissérie Masks, juntos com personagens clássicos das revistas pulps e da Era de Ouro dos quadrinhos como Zorro, Besouro Verde, The Spider, O Sombra, Morcego Negro, Green Lama e o Terror Negro. Em 2013, a Dynamite lançou uma série da Miss Fury, com capas de Alex Ross,
Joe Benitez, Paul Renaud, roteiro de Rob Williams, desenhos do brasileiro Jack Herbert. O sobrinho-neto de Mills, William Finn, montou um
site sobre sua tia-avô e doou uma coleção de trabalhos dela para o Billy Ireland Cartoon Library & Museum, William afirma que o personagem Daredevil Barry Finn, publicada em Amazing Mystery Funnies da editora Centaur, foi inspirado em seu pai. Ela aparece em vários projetos, mas um marca foi registrada pela Dynamite, impedindo que outra editora publique revistas com esse título.
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