As Eras dos Quadrinhos nos Estados Unidos
Esse texto trata das Eras dos Quadrinhos nos Estados Unidos, sobre a origem dos quadrinhos, os pesquisadores ainda não chegaram a um consenso, entre os pioneiros estão: Our House In Town de William Heath (1825), Les Amours de monsieur Vieux Bois de Rodolphe Töpffer (1827), Max und Moritz de Wilhelm Busch (1865) e Nhô-Quim, ou Impressões de uma Viagem à Corte de Angelo Agostini (1869).
Era de Platina
Período do surgimento das tiras de jornal, de 1892 a 1896, Jimmy Swinnerton publica a tira The Little Bears no jornal San Francisco Examiner.
em 1896, o americano Richard Felton Outcault lança o cartoon Yellow Kid no New York Journal de William Randolph Hearst, inicialmente, um cartoon de página inteira, no ano seguinte, é lançada no mesmo jornal, a tira The Katzenjammer Kids (Os Sobrinhos do Capitão) de Rudolph Dirks e Harold H. Knerr, em 1902, Felton lança a tira Buster Brown no New York Herald, em 1884, surge o McClure Newspaper Syndicate, uma empresa responsável pela distribuição de passatempos e outro materiais para jornais (a esse tipo de empresa da-se o nome de syndicate, erroneamente traduzido como sindicato), em 1903, a empresa passa a distribuir tiras de jornal, em 1914, Hearst cria a King Features Syndicate, William Randolph Hearst já vendia materiais para outros jornais desde 1895, com o tempo, as tiras passaram a ser separadas por dois formatos distintos: as diárias, publicadas em três ou quatros horizontais, impressas preto e branco de segundo a sábado e dominicais, publicadas em meia página ou página inteira de um suplemento em formato de tabloide e impressos em cores, suplementos dominicais já existiam desde meados do século XIX, Joseph Pulitzer criou em 1894, um suplemento de quadrinhos colorido, a Hearst Corporation, já publicava desde 1896, a revista de variedades The American Weekly.
em 1896, o americano Richard Felton Outcault lança o cartoon Yellow Kid no New York Journal de William Randolph Hearst, inicialmente, um cartoon de página inteira, no ano seguinte, é lançada no mesmo jornal, a tira The Katzenjammer Kids (Os Sobrinhos do Capitão) de Rudolph Dirks e Harold H. Knerr, em 1902, Felton lança a tira Buster Brown no New York Herald, em 1884, surge o McClure Newspaper Syndicate, uma empresa responsável pela distribuição de passatempos e outro materiais para jornais (a esse tipo de empresa da-se o nome de syndicate, erroneamente traduzido como sindicato), em 1903, a empresa passa a distribuir tiras de jornal, em 1914, Hearst cria a King Features Syndicate, William Randolph Hearst já vendia materiais para outros jornais desde 1895, com o tempo, as tiras passaram a ser separadas por dois formatos distintos: as diárias, publicadas em três ou quatros horizontais, impressas preto e branco de segundo a sábado e dominicais, publicadas em meia página ou página inteira de um suplemento em formato de tabloide e impressos em cores, suplementos dominicais já existiam desde meados do século XIX, Joseph Pulitzer criou em 1894, um suplemento de quadrinhos colorido, a Hearst Corporation, já publicava desde 1896, a revista de variedades The American Weekly.
Tiras de aventura e os comic books
Em Outubro de 1928, Tarzan personagem oriundo dos pulps (que eram espécies de folhetins ilustrados que surgiram no final do século XIX) ganha sua versão em tiras diárias produzidas pelo ilustrador Harold “Hal” Foster. No ano seguinte, mais um personagem dos pulps é adaptado para as tiras de jornal: Buck Rogers, de Philip Francis Nolan que veio da novela Armageddon 2419. Anthony Rogers, o nome original do personagem, foi alterado para “Buck” Rogers. Nas páginas de Wash Tubbs, Captain Easy começa a aparecer.1 Graças à sua popularidade, Wash Tubbs deixa a tira e essa muda seu nome para Captain Easy, Soldier of Fortune em 1933. O mesmo se deu com Thimble Theater, de Elzie Crislie Segar. A introdução do marinheiro Popeye fez que a tira mudasse de nome e tivesse o tom mais voltado para a aventura. Ainda em 1929, a editora Dell lança uma revista chamada de The Funnies, que consistia de um tablóide com reimpressões das tiras dos jornais. Em 1930, Mickey Mouse, surgido em animações também ganha as suas tiras de jornal, assinadas por Walt Disney e Ub Iwerks, logo em seguida assumidas por Floyd Gottfredson, em 1931, a David McKay Publications publicou a primeira revista em quadrinhos do Mickey, trazendo reimpressões dos jornais.
Em 1933, o vendedor Max Gaines, George Janosik e Harry Wildenberg lançam pela Eastern Color Printing, a revista Funnies on Parade, a publicação também traria reimpressões, mas inovou no formato: um meio tablóide. Desta maneira, as revistas passaram a ter 64 páginas, ao invés de 16.
Ainda em 1933, surge Detective Dan, Secret Operative nº. 48, da Humor Publications, nela surge a primeira série criada exclusivamente para uma revista em quadrinhos. A revista, contudo, não teve outra edição. Criado por Norman Marsh, o detetive Dan Dunn era um pastiche de Dick Tracy (de Chester Gould) e passou a ser publicado como tira de jornal distribuída pelo Publishers Syndicate, a tira foi publicada até 1943 e adaptado para Big Little Books (livrinhos ilustrados que no Brasil por causa de seu formato peculiar, ficaram conhecidos como “tijolinhos”), radionovela e contos publicados em revistas pulp.
Em 1935, surge a National Allied Publications de Malcolm Wheeler-Nicholson. Sua primeira publicação foi a revista New Fun: The Big Comic Magazine #1, que foi publicada no formato tablóide. As suas primeiras quatro edições foram editadas por Lloyd Jacquet e em sua sexta edição surge Henri Duvall, de Jerry Siegel (roteiro) e Joe Shuster (desenho). Na edição seguinte, a revista passa a se chamar More Fun Comics. E ainda em 1935, surge a revista New Comics.
Em 1936, Will Eisner e Jerry Iger criam o estúdio Eisner & Iger que atuava tanto como syndicate quanto na produção de quadrinhos para as editoras Fiction House, Fox Featury Syndicate e Quality Comics.
Era de Ouro das revistas em quadrinhos (1938-1945)
Normalmente, a Era de Ouro é contada de 1938 a 1955, porém, alguns pesquisadores resolveram dividir o período em dois.
O início da Era de Ouro é marcado pela publicação de Action Comics #1 da National, onde estréia o Superman de Jerry Siegel e Joe Shuster e o mago Zatara (que era mais um pastiche de Madrake, criado por Lee Falk para as tiras). Ainda nesse mesmo ano surge a All-American Publications de Max Gaines e Jack Leibowitz, uma das companhias que mais tarde integraria a DC Comics.
Nesse mesmo ano, a Dell forma uma parceria com a Western Publishing e conseguem a licença de diversas franquias publicadas pelo selo Dell Comics, como Walt Disney, Warner, MGM, Zorro, Lone Ranger e Tarzan.
Nesse mesmo ano, a Dell forma uma parceria com a Western Publishing e conseguem a licença de diversas franquias publicadas pelo selo Dell Comics, como Walt Disney, Warner, MGM, Zorro, Lone Ranger e Tarzan.
Em 1939, é publicada a revista Marvel Comics #1 da Timely Comics de Martin Goodman, produzida pelo estúdio Funnies, Inc. de Lloyd Jacquet e capa do ilustrador pulp Frank R. Paul. Nela são publicados os personagens Tocha Humana de Carl Burgos, Namor de Bill Everett e Ka-Zar de Bob Byrd. Ka-zar foi adaptado por Ben Thompson, já que não era um personagem novo mas sim um tarzanide criado em 1936 para uma revista pulp própria da Red Circle, a empresa anterior de Goodman. O nome Marvel já havia sido usado por Goodman em revistas pulp. Ainda em 1939, surge Batman de Bob Kane publicado em Detective Comics #27 e surge o Capitão Marvel de Bill Parker e C.C. Beck, no segundo número da Whiz Comic, da Fawcett.
Em 1941, durante a Segunda Guerra mundial, os super-heróis passam a combater o Eixo. Surge então o Capitão América de Joe Simon e Jack Kirby. Apesar de ser o mais icônico dos personagens criados durante aquele conflito, ele não foi o primeiro herói patriota, já que um ano antes, a MLJ (atual Archie), lançou Shield (Escudo, no Brasil) de Harry Shorten e Irvy Novick. Também surge a Mulher-Maravilha de William Moulton Marston, publicada pela primeira vez em All Star Comics #8.
Em 1944, Max Gaines funda a Educational Comics (EC). A sua primeira publicação foi Picture Stories from the Bible.
Na Era de Ouro também existiram republicações de tiras de jornal, mas com o tempo a demanda exigia mais em mais material inédito. Com isso, o comic book foi criado, com histórias inéditas. A gigante Dell, por exemplo, se notabilizou por histórias do Pato Donald e Tio Patinhas produzidas por Carl Barks, que outrora tinha sido animador da Disney.
Weird Science #10, EC Comics, 1951 |
Interregno deriva da palavra latina Interregnum (entre reinos), trata-se do período intermediário entre a Era de Ouro e a Era de Prata. O período surge após o fim da II Guerra.
Houve um aumento de histórias de guerra e ficção científica (podendo ser histórias espaciais ou envolvendo a energia atômica), faroeste, romance, crime e terror. Em 1946, a All-American se funde a National. Anos mais tarde, a editora passaria a ser conhecida como DC Comics. Em 1947, morre Max Gaines e a direção da EC é assumida pelo seu filho, William, que em 1949 muda os rumos da editora drasticamente, começando a publicar ficção científica e (principalmente).
Nesse período, as revistas em quadrinhos começam a ser acusadas de serem motivação para a delinquência juvenil, surge em 1947 a Association of Comics Magazine Publishers com membros das editoras EC, Hillman Periodicals, Lev Gleason, Famous Funnies, Orbit Publications e Dell Publishing, a associação cria um código de autocensura chamado Publishers Code, inspirado no código de produção de filmes, conhecido Código Hays, o código não durou muito tempo, mesmo que a Dell Publishing tenha participado, a Dell Comics não fez parte e a EC se retirou da organização.
Em 1950, a St. John Publications publica uma candidata a primeira graphic novel: It Rhymes with Lust, escrita por by Arnold Drake e Leslie Waller (assinado como se fosse apenas um autor, "Drake Waller"), ilustrado por Matt Baker e arte-finalizado por Ray Osrin, logo em seguida, a editora publica The Case of the Winking Buddha, escrito pelo romancista pulp Manning Lee Stokes e ilustrado por Charles Raab.
A Timely muda seu nome para Atlas em 1951 e em 1953 deixa de publicar seus super-heróis, investindo em outros gêneros.
Nesse período, as revistas em quadrinhos começam a ser acusadas de serem motivação para a delinquência juvenil, surge em 1947 a Association of Comics Magazine Publishers com membros das editoras EC, Hillman Periodicals, Lev Gleason, Famous Funnies, Orbit Publications e Dell Publishing, a associação cria um código de autocensura chamado Publishers Code, inspirado no código de produção de filmes, conhecido Código Hays, o código não durou muito tempo, mesmo que a Dell Publishing tenha participado, a Dell Comics não fez parte e a EC se retirou da organização.
Em 1950, a St. John Publications publica uma candidata a primeira graphic novel: It Rhymes with Lust, escrita por by Arnold Drake e Leslie Waller (assinado como se fosse apenas um autor, "Drake Waller"), ilustrado por Matt Baker e arte-finalizado por Ray Osrin, logo em seguida, a editora publica The Case of the Winking Buddha, escrito pelo romancista pulp Manning Lee Stokes e ilustrado por Charles Raab.
A Timely muda seu nome para Atlas em 1951 e em 1953 deixa de publicar seus super-heróis, investindo em outros gêneros.
Em 1952, surge a satírica revista Mad da EC, editada por Harvey Kurtzman. Em 1953, o Capitão Marvel deixa ser publicado, após um longo processo de plágio pela National, que alegava que o herói era uma cópia do Superman (esse não foi o único caso, a Fox Feature Syndicate também foi processada por conta de seu herói WonderMan, criado por Will Eisner).
No Reino Unido, a Família Marvel era bastante popular. Ficando sem material para a publicação foi criado por Mick Anglo Marvelman (e as devidas contrapartes dos personagens secundários). No Brasil, o personagem ficou conhecido como Jack Marvel e dividia as páginas com a família Marvel em revistas da RGE.
Em 1954, é publicado o livro Seduction of the Innocent, de Fredric Wertham No livro, o psicólogo declara que as histórias em quadrinhos desviavam os jovens americanos, Fredric Wertham já vinha escrevendo artigos sobre a possível má influência dos quadrinhos desde 1948. O principal alvo foi a EC Comics. William Gaines chegou a ir a senado americano para defender as suas revistas, mas acabou se desgastando, As editoras acabam criando o Comics Code Autorithy, um novo conjunto de regras de autocensura, dessa vez com um sucesso e adesão maior. Várias editoras acabaram fechando as portas. A própria EC desiste de seus títulos de terror e ficção científica e se foca apenas na Mad, inclusive se submetendo ao Comics Code. Em 1955, após 23 edições, a editora resolve mudar o formato da revista, o formato americano dá lugar ao "magazine". Sendo uma magazine, a revista passou a não ser associada com as revistas em quadrinhos (comic books) e não usaria mais o Comics Code (embora na prática as editoras não fossem obrigadas a usar tal código). Foi o caso da Dell Comics, que expandia mais ainda os títulos licenciados. No Brasil, quatro das principais editoras do país: EBAL, Abril, Record e RGE, também implementaram um código, chamado de "Código de Ética".
Outras editoras acabaram falindo ou deixando de trabalhar com quadrinhos e suas revistas entraram em domínio público. A DC segue publicando super-heróis (como o Superman, Batman e Mulher Maravilha), porém alguns deles acabam sumindo. Como foi o caso do Flash, Lanterna Verde, Átomo e Gavião Negro.
Outras editoras acabaram falindo ou deixando de trabalhar com quadrinhos e suas revistas entraram em domínio público. A DC segue publicando super-heróis (como o Superman, Batman e Mulher Maravilha), porém alguns deles acabam sumindo. Como foi o caso do Flash, Lanterna Verde, Átomo e Gavião Negro.
Julius Schwartz sugere a recriação dos heróis que deixaram de ser publicados, mas desta vez, com o enfoque na ficção científica. O primeiro reformulado foi o Flash, pelo próprio criador Gardner Fox e desenhado por Carmine Infantino em Showcase #4 (Outubro de 1956). Lanterna Verde por John Broome e Gil Kane em Showcase #22 (Outubro de 1959), inspirado em Lensman de E.E. Doc Smith, Átomo (versão que ficou conhecida no Brasil como Eléktron) por Gardner Fox e Gil Kane em Showcase #34 (Outubro de 1961) e Gavião Negro por Gardner Fox (que também criou a primeira versão) e Joe Kubert.
Em 1959, a revista The Flash é lançada, sua numeração começa da edição #105, continuando a numeração da revista Flash Comics (publicada em fevereiro de 1949). Na edição 123 (Setembro de 1961), Fox escreve a história Flash of Two Worlds (desenhada po Carmine Infatino), estabelecendo que os dois Flashs são de universos paralelos e distintos. Em The Brave and the Bold #28 (Fevereiro-Março de 1960), Fox une os principais heróis da editora em grupo chamado Liga da Justiça da América. O grupo é uma releitura de outro grupo da Era de Ouro, a Sociedade da Justiça da América.
O surgimento do grupo foi um sucesso e no ano seguinte, a Marvel Comics (nome com o qual a editora de Martin Goodman passou a ser conhecida) lança o Quarteto Fantástico, criado por dois veteranos da Era de Ouro: Stan Lee (roteiro) e Jack Kirby (desenhos). Assim como os heróis da DC, o Quarteto Fantástico também recicla ideias, o grupo guarda semelhanças com Os Desafiadores do Desconhecido (criados por Jack Kirby e Dave Wood para a DC em 1957). No Quarteto Fantástico há um novo Tocha Humana (Johnny Storm), a Garota Invisível (cujo exemplo mais antigo é o Homem-Visível de HG Wells), o Sr. Fantástico (um cientista com poderes elásticos, que remetem a Homem-Borracha e Homem-Elástico) e o Coisa (que remete aos monstros criado por Stan e Jack Kirby entre os anos 50 e 60).
Em 1962, surge o Homem-Aranha de Stan Lee e Steve Ditko. O herói se destacou por apresentar problemas pessoais e uma identificação com os leitores. Em 1963, surgem os X-Men, um grupo de super-heróis adolescentes mutantes que eram comandados por um telepata. Nas páginas de X-Men surge uma nova versão de Ka-Zar.
A Western desfaz a parceria com a Dell e cria o selo Gold Key Comics.
A Western desfaz a parceria com a Dell e cria o selo Gold Key Comics.
Em Justice League of America #21-22 (Agosto-Setembro de 1963), a Liga da Justiça se encontra com a Sociedade da Justiça. Logo, a Marvel também traria dois dos seus heróis da Era de Ouro de volta: o Capitão América e Namor. Os personagens não faziam menção de terem sido aliados no grupo Esquadrão Vitorioso (All-Winner Squad) em 1946, isso só seria revisitado nos anos 70 (quando é criado um grupo durante a Segunda Guerra Mundial, os Invasores (Invaders).
Em 1964, a editora Warren Publishing, de James Warren, inicia a publicação de quadrinhos em formato magazine. A editora é vista como a sucessora espiritual da EC pré-código, já que investiu nos gêneros terror e ficção científica. Outro indicativo foi a presença de autores que já haviam publicado pela editora da Gaines.
Steve Ditko sai da Marvel em 1966 e John Romita assume seu lugar nas histórias do Homem-Aranha, Ditko volta a trabalhar na Charlton (onde reformula o Besouro Azul, um herói originalmente publicado pela Fox, além de criar Questão). Também faz trabalhos para a DC (Creeper, em 1968), e escreve e ilustra para a Warren.
Em Marvel Super-Heroes #12 (Dezember 1967), surge o Capitão Marvel da Marvel. Mas o personagem dessa vez era um alienígena da raça Kree, tendo nada em comum com seu homônimo da Era de Ouro.
Era de Bronze das revistas em quadrinhos (1970-1985)
A Era de Bronze é marcada pelas temáticas mais adultas e a fragilização do Comics Code, Robin vai para a faculdade e Batman passa a ter histórias mais sombrias produzidas por Dennis O'Neil (roteiros) e Neal Adams),4 . A Marvel inicia a publicação de Conan, O Bárbaro, baseado em contos de Robert E. Howard. Uma revisão no Comics Code passa a permitir histórias de terror.
A Marvel lança vários magazines através da Curtis, que era sua afiliada e distribuidora. Martin Goodman, que havia saído da Marvel em 1972, lança a editora Atlas/Seabord, fazendo referência ao nome da Marvel nos anos 50.
Jack Kirby volta a trabalhar na DC de 1971 a 1975. Lá cria o Quarto Mundo (onde surgiria o vilão Darkseid), Kamandi, The Demon e Omac. Em 1973, A DC resolve relançar o Capitão Marvel, porém, como a Marvel possuía um herói de mesmo nome sendo publicado, a DC perdeu o direito de ter uma revista chamada "Captain Marvel". O personagem passou a ser publicado na revista Shazam e o herói passou a integrar um universo paralelo: a Terra S. Gwen Stacy, namorada do Homem-Aranha é assinada pelo Duende Verde.
Também em 1973, Fredric Wertham publica Worlds of Fanzines, livro que mostra os benefícios dos fanzines, ironicamente, os fanzines foram criados por fãs de quadrinhos e ficção científica.
Em 1977, os editores da revista National Lapoon lança Heavy Metal, inspirada na revista francesa Métal hurlant.
Em 1978, Will Eisner lança "Um Contrato com Deus", que embora não tenha sido a primeira graphic novel, ajudou a popularizar o novo formato. Originalmente era usado o para definir histórias fechadas, permitindo que as histórias em quadrinho ganhassem cada vez mais espaço em livrarias.
Em 1982, a revista britânica Warrior inicia uma nova série do Marvelman, com uma temática mais adulta que as histórias originais, os roteiros ficam a cargo do desconhecido Alan Moore.
Era de Ferro ou Era das Trevas (1985-1992)
A editora Eclipse resolveu publicar Marvelman de Alan Moore no mercado americano, porém, por conta dos direitos da Marvel, o personagem passa a ser conhecido como Miracleman. A DC inicia a publicação da maxi-série Crise nas Infinitas Terras, escrita por Marv Wolfman e desenhada por George Pérez. A história reúne as várias terras paralelas da editora (naquele momento, a editora tinha diversas terras paralelas que abrigavam heróis da Era de Ouro, versões vilanescas da Liga da Justiça e heróis comprados de outras companhias).
Após o fim de Crise, a editora passou a ter um universo coeso e John Byrne é contratado para reformular o Superman. Frank Miller (aclamado pelas histórias do Demolidor e que já havia feito no início daquele ano de 1986 a cultuada minissérie O Cavaleiro das Trevas) começa a escrever o arco “Batman Ano Um”, para os desenhos de David Mazzucchelli. Alan Moore, depois de seu sucesso no título Monstro do Pântano começou a escrever uma série com os personagens da Charlton. O projeto foi vetado, já que a DC tinha planos para tais personagens. Ele então criou pastiches dos mesmos e junto com Dave Gibbons produz a elogiada maxi-série Watchmen
Em 1992, surge a Image Comics, fundada pelos desenhistas Rob Liefield, Jim Lee, Todd McFarlane, a editora ficou conhecida pelo excesso no estilo dos desenhistas e histórias que apelavam para violência (uma tentativa frustrada de imitar as histórias de Alan Moore e Frank Miller).
Com o sucesso da chamada “invasão britânica” um selo de quadrinhos mais adultos foi criado na DC, a Vertigo, capitaneados pela editora Karen Berger que começou atrair talentos do outro lado do oceano para a editora. Títulos mais maduros que não usavam o código como Sandman de Neil Gaiman e o Monstro do Pântano migraram para esse selo. E outros trabalhos originais começaram a ser publicados, como Os Invisíveis, de Grant Morrison e Preacher, de Garth Ennis.
Em 1993, a Dc lança o evento a Morte do Superman, que foi inclusive noticiado em telejornais, criando uma comoção e publicidade para a editora. No ano seguinte surge a mini-série Zero Hora, que remete a Crise nas Infinitas Terras, por tentar a acertar novamente a cronologia da editora.
Em 1996, a Marvel lança o evento Heróis Renascem. Nele são criados reboots dos heróis principais da casa (Quarteto Fantástico, Capitão América, Hulk, Homem de Ferro e Os Vingadores) que aparecem em outra realidade. Para isso, a editora contrata antigos colaboradores, os fundadores da Image: Jim Lee e Rob Liefield. A iniciativa que originalmente foi chamada de “Unfinished Business” não dá certo e com o tempo, os personagens voltam ao que eram anteriormente.
Era Dinâmica (1998-2004)
A Marvel Comics lança os selos adultos Marvel Knight e Marvel Ultimate, trabalhos de autores britânicos como Grant Morrison e Warren Ellis dão um novo status para os quadrinhos de super-heróis. Em 2001, a Marvel abandona definitivamente o Comics Code.
Em 2004, Bill Jemas deixa cargo de editor-chefe da Marvel em seu lugar entra o desenhista Joe Quesada, que tinha sido responsável pela criação e supervisão do bem sucedido selo Marvel Knights. Na DC, Dan Didio torna-se editor-chefe e o roteirista Geoff Johns passa a ganhar cada vez mais espaço na DC. Os trabalhos de Johns são marcados pela nostalgia. A DC tenta novos reboots e a Marvel começa uma bem-sucedida trajetória nos cinemas.
1 Curiosamente, 1929 também foi o ano da estréia do aventureiro Tintin do belga Hergé.
2 O uso de escudos era recorrente na figura da Columbia, uma das personificações dos Estados Unidos.
3 Para alguns pesquisadores, o marco da Era de Prata pode ter sido o surgimento do herói The Avenger de Gardner Fox e Dick Ayres (Março de 1955), publicado pela Magazine Enterprises
4 Uma Mudança no estilo do Batman já havia sido tentado em 1964, contudo, o estilo ainda variava, sobretudo por conta do seriado estrelado por Adam West (1966-1969)
Agradecimentos ao Ben Santana na pesquisa e elaboração do texto.
Ver também
“Radioactive Man”, a HQ Favorita de Bart Simpson: Uma Viagem Através da História dos Quadrinhos de Super-Heróis Estadunidenses
Fontes e referências
Codespoti, Sergio. Eclipse Quadrinhos Especial Kaboom - Surgem os Super-heróis páginas 10 a 13. Editora Eclipse, 2005
Jones, Gerard. Homens do Amanhã - geeks, gângsteres e o nascimento dos gibis. Conrad Editora, 2006
Morrison, Grant. Superdeuses: Mutantes, Alienígenas, Vigilantes, Justiceiros Mascarados e o Significado de Ser Humano na Era dos Super-Heróis, Seoman, 2012,
Howe, Sean. Marvel Comics : a história secreta, Leya Brasil, 2013
Ota e Francisco Ucha (Novembro de 2009). Jornal da ABI #348 - A Cronologia dos Quadrinhos - Parte 1
Ota e Francisco Ucha (janeiro de 2011). Jornal da ABI #362 - A Cronologia dos Quadrinhos - Parte 2
John Byrne. As Origens do Super-Homem. Super-Homem (segunda série) #1-5 Editora Abril novembro de 1996 - março de 1997, versão traduzida de texto publicado em The Greatest Superman Stories Ever Told, 1987, DC Comics
Dennis Dooyle. Homem do Amanhã e os Meninos de Ontem Super-Homem (primeira série) #24-25 Editora Abril, outubro- novembro de 1996, adaptado de texto publicado em Superman at Fifty: Persistence of a Legend, Diane Pub Co (maio de 1987)
Álbum da série Cronologia HQ de Floriano Hermeto de Almeida Filho, publicado em revistas da EBAL
DC Comics, Uma Retrospectiva - Parte 1: A era de platina
DC Comics, Uma Retrospectiva - Parte 2: A era de ouro
DC Comics, Uma Retrospectiva - Parte 3: A Era de Plutônio
DC Comics, Uma Retrospectiva - A era de bronze
Cronologia - HQManiacs
Pesquisar quadrinhos: uma tarefa ingrata e desanimadora
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As inspirações altruístas dos heróis… bem, nem sempre… Parte 1
As inspirações altruístas dos heróis… bem, nem sempre… Parte 2
Comentários
A perseguição dos quadrinhos que culminou com o surgimento do Comics Code e, paralelamente, as investigações das ligações entre o crime organizado e as distribuidoras de revistas que aconteceram em paralelo - era ESSE o interesse do Kefauver! - derrubaram as vendas dos quadrinhos em meados da década de 50 e aniquilaram esse material marginalmente mais maduro (exceto a Mad, que deixou de ser uma revista em quadrinhos). Mas foi só aí que terminou a era de ouro, porque ela ainda era bastante "dourada" para as editoras até meados dos anos 50!
É preciso ter uma visão muito centrada em super-heróis para implicar que esses anos de decadência dos super-heróis não eram parte da era de ouro! Os quadrinhos ainda estavam em uma era de ouro na época, só os super é que não...
De resto, concordo com tudo até o final da era de bronze e início da era do ferro/das trevas. Depois disso, ainda acho muito cedo para precisar uma divisão em eras, embora na minha visão pessoal a Era das Trevas tenha ido até o final da década de 90, quando uma mudança de paradigma ao mesmo tempo enterrou de vez o Comics Code (já era hora!), direcionou a Image para material mais alternativo e menos estúpido e transformou as velhas séries de super-heróis em uma sucessão de relançamentos e eventos caça-niqueis.
http://hqqisso.com.br/as-eras-dos-quadrinhos-em-imagens/