Tron, a aventura cibernética da Disney
Em outra postagem, falei sobre mídias de armazenamento em obras de ficção.
Na década de 1970, começaram a surgir os primeiros computadores pessoais e vídeo games, que essencialmente também são computadores (há exemplos de consoles que servem como computadores como o Family Comuter/Famicon ou NES/Nintendinho da Nintendo que até permitia o uso de disquetes), os jogos se desenvolveram em arcades derivados dos jogos de pinball (ou fliperamas) e os consoles, que eram vídeo games caseiros, também seria possível jogar através de computadores.
Ainda na década de 1970, surgiram as empresas Apple Computer (fundada por Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne) e Microsoft (fundada por Bill Gates e Paul Allen). Ambas revolucionariam a informática na década seguinte com a utilização de um sistema de interface gráfica (inspirado em um sistema usado no Xerox Alto) e o uso do mouse (que também estava em uso na Xerox).
O cineasta George Lucas se interessou pelo uso de computadores para efeitos especiais após o sucesso do primeiro Star Wars em 1977, logo levaria sua ideia de usar computadores para a sua empresa, a Industrial Light & Magic, em 1979, criou uma divisão de informática, a Graphics Group, em 1986, a empresa foi comprada por Steve Jobs e passou a se chamar Pixar, como se sabe, a Pixar desenvolveria filmes de computação gráfica, em 1995, seu filme Toy Story é distribuído pela Walt Disney Company, até ser comprada pela mesma em 2006, ironicamente, em 2012, a Disney compra a LucasFilm tornando-se dona de Star Wars da IL&M e a Pixar voltou a fazer parte do mesmo grupo que essas empresas.
Voltando a Tron, a ideia do filme surgiu em 1976, quando o animador Steven Lisberger teve contato com o jogo Pong da Atari, que era basicamente um jogo de tênis monocromático, a Atari lançou versões domésticas de Pong com o nome de Tele-Games, no Brasil, foi lançada pela Philco-Ford com o nome de Telejogo, outra inspiração foram os efeitos especiais produzidos por computadores.
Lisberger tentou vender o filme para a Warner Bros., MGM e Columbia Pictures, contudo, acabou indo para a Walt Disney Company, que contratou quatro empresas para produzir os efeitos especiais: Information International, Inc., MAGI (Mathematical Applications Group Inc.), Robert Abel and Associates e Digital Effects.
O filme contou com concepts produzidos pelo designer industrial Syd Mead (1933-2019), o quadrinista francês Jean Giraud, mais conhecido como Moebius e o ilustrador Peter Lloyd.
A trama contava a história de Kevin Flynn (Jeff Bridges), um engenheiro de software e designer de jogos que trabalhava na empresa ENCOM, Flynn foi demitido por Ed Dillinger (David Warner), um outro programador que se torna executivo da empresa e rouba projetos de Flynn, incluindo um programa hacker inspirado no próprio Flynn chamado Clu, Alan Bradley (Bruce Boxleitner), um antigo colega de Flynn criou Tron inspirado nele mesmo, após tentar invadir o sistema MCP, Flynn é visitado por Bradley e sua namorada Lora Baines (ex-namorada de Flynn), Flynn é ajudado pelo casal e acaba sendo digitalizado pelo MCP, ao entrar no sistema, Flynn é ajudado por Tron e Yori (o software inspirado em Lora). O nome Clu veio de uma linguagem de programaçao criada entre 1974 e 1975 por Barbara Liskov.
O filme foi lançado em julho de 1982, dirigido por Steven Lisberger, roteirizado por Steven Lisberger e Bonnie MacBird.
Apesar do visual e história inovadora pra época, Tron foi um fracasso para o estúdio, sendo um produto inspirado em games, o filme teve jogos entre 1982 e 1983 para arcade, Atari 2600, Mattel Intelvission e Mattel Aquarius: Tron, Discs of Tron, Adventures of Tron, Tron: Deadly Discs e Tron: Solar Sailer.
Como é prática da empresa, teve uma tira de jornal por Jeannette Steiner (roteiro) e Richard Moore (desenhos) e uma romantização assinada por Brian Daley, que também escreveu romances de Star Wars protagonizados por Han Solo e de Robotech.
O filme não foi bem nas bilheterias, talvez pelos temas apresentados não serem muito difundidos entre o grande público, ainda era algo restrito a ambientes corporativos e universidades.
O filme tem o mérito de apresentar o conceito de cyberpespaço, um ambiente virtual, naquela época, ainda não havia a internet global como conhecemos (lançada em 1990), haviam apenas redes em governos e repartições. No ano seguinte era lançado o filme WarGames, onde Matthew Broderick interpreta um adolescente que invade o sistema de defesa americano, trata-se um filme que ainda se passa na Guerra Fria.
Tron não criou o cyberespaço, tanto o conceito, quando o termo aparecem no conto Burning Chrome de William Gibson, publicado em julho de 1982 na revista de divulgação científica Omni, curiosamente, na mesma edição em que o conto foi publicado, a revista publicou uma matéria sobre Tron, que estava sendo lançado. Isso é que chamam de zeigiest, ou seja, o espírito da época.
Muitos anos, outros autores haviam apresentado outros conceitos que podemos dizer que seriam precursores do cyberpespaço, o escritor Stanley G. Weinbaum apresentou o conceito de realidade virtual (inclusive com o uso de óculos e a sensação de toque o cheiro) em seu conto Pygmalion's Spectacles, publicado em 1935 na revista Wonder Stories, Weinbaum viria a falecer naquele mesmo ano, outra história sua bastante comentada é A Martian Odyssey, publicada mesma revista no ano anterior, que demonstra um primeiro contato entre humanos e alienígenas (marcianos), diferente das histórias onde mostram conflitos entre humanos e alienígenas, o escritor Isaac Asimov, conhecido por suas histórias de robôs, incluiu a noveleta no livro Where Do We Go from Here? de 1971, publicada no Brasil em 1979 como Para Onde Vamos? pela Hemus.
Uma outra história é A Logic Named Joe de Murray Leinster, publicada em 1946 na revista Astounding Science Fiction, nela Leinster fala de um aparelho chamado de logic (lógica) que lembra um computador pessoal, naquele mesmo ano havia sido lançado o ENIAC, que nada mais era que uma gigantesca calculadora, Leinster vai além e antecede o conceito de internet, sobretudo recursos atuais como o de streaming de vídeos, assim como a história de Weinbaum, o conto foi selecionado por Asimov para uma coletânea chamada Machines That Think, publicada em 1984, o livro publicou histórias de Ambrose Bierce, John Wyndham, Harl Vincent, Isaac Asimov, Harry Bates, Robert Moore Williams, Lester Del Rey, A. E. van Vogt, Harlan Ellison, Murray Leinster, Poul Anderson, Walter M. Miller, Jr., J. F. Bone, Harry Harrison, Michael Shaara, Philip K. Dick, Gordon R. Dickson, Arthur C. Clarke, Robert Silverberg, John Brunner, Fredric Brown, Vernor Vinge, Gene Wolfe e George Zebrowsk, no Brasil, o livro foi publicado em duas ocasiões pela L&PM, em 1985 em volume único como Máquinas que Pensam e em 2005 em três volumes com o título Histórias de Robôs.
Gibson, ao lado de Bruce Sterling, seria um dos criadores do subgênero cyberpunk, na verdade, Burning Chrome apenas deu continuidade aos conto que Gibson publicou na mesma revista no ano anterior, New Rose Hotel e Johnny Mnemonic. O termo cyberpunk surgiu no conto de mesmo nome de Bruce Bethke, publicada na lendária revista Amazing Stories em 1983, logo em seguida, foi difundida em editoriais por Gardner Dozois, editor da Asimov's Science Fiction.
Pesquisadores apontam que elementos do cyberpunk poderiam ser encontrados em histórias de Philip K. Dick, Roger Zelazny, J.G. Ballard, Philip Jose Farmer, Alfred Bester e Harlan Ellison. De Bester, Os romances de Bester, The Demolished Man (1952) e The Stars My Destination (1957) são apontados como precursores do cyberpunk e da chamada nova space opera, tanto que é dito que os dois estilos são contemporâneos.
Também em 1982, é lançado o filme Blade Runner de Ridley Scott, baseado no romance Do Androids Dream of Electric Sheep?, de Philip K. Dick, estrelado por Harrison Ford, o filme também teve concepts de Syd Mead e também foi mal nas bilheterias, mas se tornaria um clássico cult nas décadas seguintes e um exemplo de cyberpunk e neo-noir.
Enquanto estava escrevendo seu o livro Neuromancer (1984), Gibson afirmou que ficou com medo que comparassem Neuromancer com Blade Runner, curiosamente, anos depois, Gibson conheceu Scott e ambos discutiram sobre influências e viram que se inspiraram em histórias da revista france Métal Hurlant, sobretudo as de Moebius. No entanto, Gibson diz que não foi influenciado por Philip K. Dick. No Japão, em dezembro de 1982, o mangaká Katsuhiro Otomo iniciou o mangá pós-apocalíptico Akira, que também é apontado como cyberpunk, como bem observou o pesquisador Paul Gravett, o gênero ainda não havia chegado no país, Otomo também cita Moebius como uma de suas influências, entre 1987 e 1989, o mangá entrou em hiato, foi nessa época que Otomo resolveu lançar um longa-metragem de animação de Akira, o mangá seria retomado e encerrado em 1990.
Gibson conheceu Otomo durante a produção do filme Akira e disse não conhecia muito de tecnologia quando publicou suas primeiras histórias e que foi apresentado ao aparelho de Fax na casa de Otomo.
Em 1983, a ABC lançou a série Automan da 20th Century Fox, criada por Glen A. Larson, conforme mencionei anteriormente, Larson foi responsáveis pelas séries Battlestar Galactica e Buck Rogers in the 25th Century, criadas para aproveitar o sucesso de Star Wars (embora Buck Roges fosse uma franquia antiga). Não foi diferente com Automan, cujo produtor foi Donald Kushner, o mesmo produtor de Tron.
O nome se refere a um software criado Walter Nebicher, um programador e oficial de polícia, enquanto Tron conta a história de humanos entram no mundo cibernético, Automan faz o inverso, no mundo real, o software assume a identidade do agente do governo Otto J. Mann, ironicamente, atualmente a ABC e a Fox pertencem a Disney.
Em 1995, quando a internet já era uma realidade, foi lançada uma adaptação de Johnny Mnemonic, roteirizada pelo próprio Gibson e estrelada por Keanu Reeves e Dolph Lundgren, que também contou com a colaboração de Syd Mead.
Em 2001, é lançado o jogo de software livre e código aberto Armagetron Advanced, um jogo inspirado em Tron, mas não-oficial, similar ao Snake (cobrinha) para Microsoft Windows, OS X e Linux, houve outro jogo nos mesmo moldes para OS X, Mac OS 9, Linux, Windows, MorphOS, Symbian e Android.
Nesse mesmo ano, a editora japonesa Earth Star Entertainment publicou uma quadrinização de Tron: Legacy por Naohiro Washio.
A edição em Blu-Ray do filme trouxe o curta de 10 minutos TRON: The Next Day, dirigido por Kurt Mattila, com roteiro de Mattila e Robert Auten e produção de Brian Hall e Christina Hwang, estrelado por Dan Shor, Bruce Boxleitner,Garrett Hedlund (cameo) e Jeff Bridges (voz).
Em 2012, a Disney lança a série animada Tron: Upspring, protagonizada por Beck (Elijah Wood) um programador que resolve lutar contra Clu 2 e é auxiliado por Tron, enquanto Tron é dublado por seu ator original, Bruce Boxleitner, Clu 2 é dublado por Fred Tatasciore.
Em março de 2015, é anunciada uma sequência de Tron: Legacy, porém em maio do mesmo ano, o filme foi cancelado
Em 2016 é lançado o jogo Tron RUN/r para PlayStation 4, Xbox One e Windows.
Em 2017, Joseph Kosinski disse que o terceiro filme está em animação suspensa, no mesmo ano, o ator Jared Leto diz que o filme pode acontecer, em janeiro de 2018, o ator Garrett Hedlund afirmou que o filme não foi realizado por causa do fracasso de Tomorrowland (2015), baseado numa atração dos parques da Disney na década de 1950. Em 2020, o terceiro filme com Leto foi novamente noticiado
Tron (franchise)
Tron Wiki
Tron - Wiki Português
Peter David no I.N.D.U.C.K.S. Banco de dados mundial sobre quadrinhos Disney
Tron - no I.N.D.U.C.K.S. Banco de dados mundial sobre quadrinhos Disney
Automan
Diretor de ‘TRON 3’ revela detalhes da continuação engavetada
Computers in Fiction
The 1946 Story That Predicted How Crazy the Internet Could Get
Moebius: The Visionary’s Visionary
Tron Sector
Tron - TV Tropes
Cyberspace - TV Tropes
Automan - TV Tropes
Cyberpunk - The Encyclopedia of Science Fiction
Tron - The Encyclopedia of Science Fiction
Virtual reality
Inside A Computer System
Tron: Legacy (manga)
The Essential Cyberpunk Reading List
Katsuhiro Otomo: Post-Apocalypse Now
Spacepunk! (era New Space Opera)
Que diabos é a tal New Space Opera?
Para Onde Vamos?
Análise: Tron – Uma Odisseia Eletrônica
Máquinas que Pensam - Obras-Primas da Ficção Científica
Planeta Gibi Blog: TRON O Legado sai em graphic novel pela On Line
Planeta Gibi Blog: TRON O Legado: Revista Oficial
Disney Cinema Em Quadrinhos 5 - Tron: O Legado
Ainda na década de 1970, surgiram as empresas Apple Computer (fundada por Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne) e Microsoft (fundada por Bill Gates e Paul Allen). Ambas revolucionariam a informática na década seguinte com a utilização de um sistema de interface gráfica (inspirado em um sistema usado no Xerox Alto) e o uso do mouse (que também estava em uso na Xerox).
O cineasta George Lucas se interessou pelo uso de computadores para efeitos especiais após o sucesso do primeiro Star Wars em 1977, logo levaria sua ideia de usar computadores para a sua empresa, a Industrial Light & Magic, em 1979, criou uma divisão de informática, a Graphics Group, em 1986, a empresa foi comprada por Steve Jobs e passou a se chamar Pixar, como se sabe, a Pixar desenvolveria filmes de computação gráfica, em 1995, seu filme Toy Story é distribuído pela Walt Disney Company, até ser comprada pela mesma em 2006, ironicamente, em 2012, a Disney compra a LucasFilm tornando-se dona de Star Wars da IL&M e a Pixar voltou a fazer parte do mesmo grupo que essas empresas.
Voltando a Tron, a ideia do filme surgiu em 1976, quando o animador Steven Lisberger teve contato com o jogo Pong da Atari, que era basicamente um jogo de tênis monocromático, a Atari lançou versões domésticas de Pong com o nome de Tele-Games, no Brasil, foi lançada pela Philco-Ford com o nome de Telejogo, outra inspiração foram os efeitos especiais produzidos por computadores.
Lisberger tentou vender o filme para a Warner Bros., MGM e Columbia Pictures, contudo, acabou indo para a Walt Disney Company, que contratou quatro empresas para produzir os efeitos especiais: Information International, Inc., MAGI (Mathematical Applications Group Inc.), Robert Abel and Associates e Digital Effects.
O filme contou com concepts produzidos pelo designer industrial Syd Mead (1933-2019), o quadrinista francês Jean Giraud, mais conhecido como Moebius e o ilustrador Peter Lloyd.
Concept de Syd Mead |
Concept de Moebius |
A trama contava a história de Kevin Flynn (Jeff Bridges), um engenheiro de software e designer de jogos que trabalhava na empresa ENCOM, Flynn foi demitido por Ed Dillinger (David Warner), um outro programador que se torna executivo da empresa e rouba projetos de Flynn, incluindo um programa hacker inspirado no próprio Flynn chamado Clu, Alan Bradley (Bruce Boxleitner), um antigo colega de Flynn criou Tron inspirado nele mesmo, após tentar invadir o sistema MCP, Flynn é visitado por Bradley e sua namorada Lora Baines (ex-namorada de Flynn), Flynn é ajudado pelo casal e acaba sendo digitalizado pelo MCP, ao entrar no sistema, Flynn é ajudado por Tron e Yori (o software inspirado em Lora). O nome Clu veio de uma linguagem de programaçao criada entre 1974 e 1975 por Barbara Liskov.
O filme foi lançado em julho de 1982, dirigido por Steven Lisberger, roteirizado por Steven Lisberger e Bonnie MacBird.
Apesar do visual e história inovadora pra época, Tron foi um fracasso para o estúdio, sendo um produto inspirado em games, o filme teve jogos entre 1982 e 1983 para arcade, Atari 2600, Mattel Intelvission e Mattel Aquarius: Tron, Discs of Tron, Adventures of Tron, Tron: Deadly Discs e Tron: Solar Sailer.
Como é prática da empresa, teve uma tira de jornal por Jeannette Steiner (roteiro) e Richard Moore (desenhos) e uma romantização assinada por Brian Daley, que também escreveu romances de Star Wars protagonizados por Han Solo e de Robotech.
O filme não foi bem nas bilheterias, talvez pelos temas apresentados não serem muito difundidos entre o grande público, ainda era algo restrito a ambientes corporativos e universidades.
O filme tem o mérito de apresentar o conceito de cyberpespaço, um ambiente virtual, naquela época, ainda não havia a internet global como conhecemos (lançada em 1990), haviam apenas redes em governos e repartições. No ano seguinte era lançado o filme WarGames, onde Matthew Broderick interpreta um adolescente que invade o sistema de defesa americano, trata-se um filme que ainda se passa na Guerra Fria.
Tron não criou o cyberespaço, tanto o conceito, quando o termo aparecem no conto Burning Chrome de William Gibson, publicado em julho de 1982 na revista de divulgação científica Omni, curiosamente, na mesma edição em que o conto foi publicado, a revista publicou uma matéria sobre Tron, que estava sendo lançado. Isso é que chamam de zeigiest, ou seja, o espírito da época.
Muitos anos, outros autores haviam apresentado outros conceitos que podemos dizer que seriam precursores do cyberpespaço, o escritor Stanley G. Weinbaum apresentou o conceito de realidade virtual (inclusive com o uso de óculos e a sensação de toque o cheiro) em seu conto Pygmalion's Spectacles, publicado em 1935 na revista Wonder Stories, Weinbaum viria a falecer naquele mesmo ano, outra história sua bastante comentada é A Martian Odyssey, publicada mesma revista no ano anterior, que demonstra um primeiro contato entre humanos e alienígenas (marcianos), diferente das histórias onde mostram conflitos entre humanos e alienígenas, o escritor Isaac Asimov, conhecido por suas histórias de robôs, incluiu a noveleta no livro Where Do We Go from Here? de 1971, publicada no Brasil em 1979 como Para Onde Vamos? pela Hemus.
Uma outra história é A Logic Named Joe de Murray Leinster, publicada em 1946 na revista Astounding Science Fiction, nela Leinster fala de um aparelho chamado de logic (lógica) que lembra um computador pessoal, naquele mesmo ano havia sido lançado o ENIAC, que nada mais era que uma gigantesca calculadora, Leinster vai além e antecede o conceito de internet, sobretudo recursos atuais como o de streaming de vídeos, assim como a história de Weinbaum, o conto foi selecionado por Asimov para uma coletânea chamada Machines That Think, publicada em 1984, o livro publicou histórias de Ambrose Bierce, John Wyndham, Harl Vincent, Isaac Asimov, Harry Bates, Robert Moore Williams, Lester Del Rey, A. E. van Vogt, Harlan Ellison, Murray Leinster, Poul Anderson, Walter M. Miller, Jr., J. F. Bone, Harry Harrison, Michael Shaara, Philip K. Dick, Gordon R. Dickson, Arthur C. Clarke, Robert Silverberg, John Brunner, Fredric Brown, Vernor Vinge, Gene Wolfe e George Zebrowsk, no Brasil, o livro foi publicado em duas ocasiões pela L&PM, em 1985 em volume único como Máquinas que Pensam e em 2005 em três volumes com o título Histórias de Robôs.
Gibson, ao lado de Bruce Sterling, seria um dos criadores do subgênero cyberpunk, na verdade, Burning Chrome apenas deu continuidade aos conto que Gibson publicou na mesma revista no ano anterior, New Rose Hotel e Johnny Mnemonic. O termo cyberpunk surgiu no conto de mesmo nome de Bruce Bethke, publicada na lendária revista Amazing Stories em 1983, logo em seguida, foi difundida em editoriais por Gardner Dozois, editor da Asimov's Science Fiction.
Pesquisadores apontam que elementos do cyberpunk poderiam ser encontrados em histórias de Philip K. Dick, Roger Zelazny, J.G. Ballard, Philip Jose Farmer, Alfred Bester e Harlan Ellison. De Bester, Os romances de Bester, The Demolished Man (1952) e The Stars My Destination (1957) são apontados como precursores do cyberpunk e da chamada nova space opera, tanto que é dito que os dois estilos são contemporâneos.
Também em 1982, é lançado o filme Blade Runner de Ridley Scott, baseado no romance Do Androids Dream of Electric Sheep?, de Philip K. Dick, estrelado por Harrison Ford, o filme também teve concepts de Syd Mead e também foi mal nas bilheterias, mas se tornaria um clássico cult nas décadas seguintes e um exemplo de cyberpunk e neo-noir.
Enquanto estava escrevendo seu o livro Neuromancer (1984), Gibson afirmou que ficou com medo que comparassem Neuromancer com Blade Runner, curiosamente, anos depois, Gibson conheceu Scott e ambos discutiram sobre influências e viram que se inspiraram em histórias da revista france Métal Hurlant, sobretudo as de Moebius. No entanto, Gibson diz que não foi influenciado por Philip K. Dick. No Japão, em dezembro de 1982, o mangaká Katsuhiro Otomo iniciou o mangá pós-apocalíptico Akira, que também é apontado como cyberpunk, como bem observou o pesquisador Paul Gravett, o gênero ainda não havia chegado no país, Otomo também cita Moebius como uma de suas influências, entre 1987 e 1989, o mangá entrou em hiato, foi nessa época que Otomo resolveu lançar um longa-metragem de animação de Akira, o mangá seria retomado e encerrado em 1990.
Gibson conheceu Otomo durante a produção do filme Akira e disse não conhecia muito de tecnologia quando publicou suas primeiras histórias e que foi apresentado ao aparelho de Fax na casa de Otomo.
Blade Runner por Syd Mead |
Em 1983, a ABC lançou a série Automan da 20th Century Fox, criada por Glen A. Larson, conforme mencionei anteriormente, Larson foi responsáveis pelas séries Battlestar Galactica e Buck Rogers in the 25th Century, criadas para aproveitar o sucesso de Star Wars (embora Buck Roges fosse uma franquia antiga). Não foi diferente com Automan, cujo produtor foi Donald Kushner, o mesmo produtor de Tron.
O nome se refere a um software criado Walter Nebicher, um programador e oficial de polícia, enquanto Tron conta a história de humanos entram no mundo cibernético, Automan faz o inverso, no mundo real, o software assume a identidade do agente do governo Otto J. Mann, ironicamente, atualmente a ABC e a Fox pertencem a Disney.
Em 1995, quando a internet já era uma realidade, foi lançada uma adaptação de Johnny Mnemonic, roteirizada pelo próprio Gibson e estrelada por Keanu Reeves e Dolph Lundgren, que também contou com a colaboração de Syd Mead.
Em 1999, os irmãos Andy e Larry Wachowski (atualmente conhecidos como Lilly e Lana Wachowski) lançam o filme The Matrix, um outro filmes pós-apocalíptico e cyberpunk, o filme também foi estreleado por Reeves, entre as influências estão animes como Akira e Ghost in the Shell, filmes de kung fu de Hong Kong e filosofia, curiosamente (ou não), o termo matrix também era usado por Gibson em Neuromancer.
Em 2001, é lançado o jogo de software livre e código aberto Armagetron Advanced, um jogo inspirado em Tron, mas não-oficial, similar ao Snake (cobrinha) para Microsoft Windows, OS X e Linux, houve outro jogo nos mesmo moldes para OS X, Mac OS 9, Linux, Windows, MorphOS, Symbian e Android.
Em 2003, Matrix ganhou duas sequências Matrix Reloaed e Matrix Revolution, ganham também games e a antologia Animatrix, curtas animados influenciados por animes com a participação de animadores e estúdios japoneses.
Vendo o sucesso de Matrix, a Disney resolveu trazer Tron de volta do limbo com o jogo Tron 2.0 da Monolith Productions para Windows, Mac OS X, celulares, Game Boy Advance e Xbox, no jogo, Jethro (Jet), filho de Alan Bradley é digitalizado, o jogo teve colaboração de Syd Mead, na época foi dito ser uma sequência canônica do filme original.
Ainda em 2003, a editora 88MPH anunciou a HQ Tron 2.0: Derezzed, mas ela acabou não sendo lançada.
Em 2005, surgiu o projeto de uma sequência cinematográfica, a Disney contratou os roteiristas Brian Klugman e Lee Sternthal.
Em 2006, a Slave Labor Graphics adquire as licenças da série animada Gargoyles e de Tron, lançando a minissérie Tron: The Ghost in the Machine, uma sequência para Tron 2.0 escrita por Landry Walker e Eric Jones com desenhos de Louie De Martinis, Michael Shoyket e GURU-EFX. O termo Ghost in the Machine (Fantasma na máquina) deriva de um conceito de Renés Descartes e indica quando a mente atua em paralelo ao corpo, o termo é usado em ficção científica em histórias de computador e robôs por Arthur C. Clarker em 2010: Odyssey Two (a sequência de 2001, lançada em 1982) para descrever a consciência virtual dentro de um computador, além de inspirar o título do já citado mangá Ghost in the Shell de Massamune Shirow sobre uma ciborgue com um cérebro humano e até mesmo em um episódio de Transformers, sobre um fantasma que assume corpos dos "robôs vivos" da franquia.
Em 2007, contrata o diretor Joseph Kosinski, que havia produzido comerciais dos jogos Halo 3 e Gears of War.
Em 2010, o filme Tron: Legacy é lançado, dirigido por Kosink, com história de Edward Kitsis, Adam Horowitz, Brian Klugman e Lee Sternthal, roteiro de Edward Kitsis, Adam Horowitz, produção de Sean Bailey, Jeffrey Silver e Steven Lisberger.
A trama ignora os eventos de Tron 2.0, com isso, até mesmo a HQ The Ghost in the Machine não faz parte do cânone da franquia, na trama, Kevin Flynn desaparece sete anos após o primeiro filme (1989), quando havia se tornado CEO da ENCOM International, seu filho Sam (Garrett Hedlund) é criado por Alan Bradley, em 2010, Bradley recebe uma enigmática mensagem sobre Kevin, Sam resolve investigar e encontra um computador num porão do arcade de Kevin e é teletransportado para uma realidade virtual criada por Kevin dentro dos computadores da ENCOM. Dentro do ambiente, Sam conhece Quora (Olive Wilde) e encontra seu pai, eles precisam confrontar Clu2, uma nova versão de Clu com uma aparência mais jovem de Kevin (criado pelo estúdio através de computação gráfica) e Tron, agora conhecido como Rinzler. O duo francês de música eletrônica Daft Punk participa do filme, tanto na trilha, como em cena interpretando DJs.
A Disney havia comprado a Marvel no ano anterior e resolveu usar a editora para promover o filme, revistas da Marvel tiveram capas alternativas aludindo ao visual luminoso de Tron, além de publicar quadrinhos, como a minissérie em duas edições prequel chamada Tron: Betrayal com roteiros de Jai Nitz com desenhos de Jeff Matsuda e Andie Tong, arte-final de Pete Pantazis e letras de John J. Hill.
A Disney também publicaria quadrinhos através da iniciativa Disney Global, iniciada em 2002 na Itália, trata-se de histórias produzidas por artistas italianos que já trabalham com Disney e distribuídas pelo mundo, semelhante ao extinto Studio Program durante as décadas de 1960 e 1990.
Tron: Legacy ganho uma quadrinização por Stefano Ambrosio (roteiro) e Paolo Mottura (desenhos), essa adaptação foi publicada no Brasil pela On Line Editora.
Uma história de oito páginas da iniciativa Disney Global, Solar Sailer Prisoners, roteirizada Alessandro Sisti com desenhos de Claudio Sciarrone e Oscar Celestini, a história foi publicada na revista TRON: Legacy The Official Movie Magazine publicada pela britânica Titan e no Brasil pela Abril Jovem na revista Tron: O Legado - Revista Oficial. A Disney comprou a LucasFilm em 2012, adquirindo as franquias Star Wars e Indiana Jones, com isso, em 2015, a Dark Horse deixou de publicar os quadrinhos de Star Wars, que voltaram para a Marvel (que lançou quadrinhos antes do primeiro filme ser lançado em 1977), mas também tem encomendado histórias da Disney Global, publicadas nos Estados Unidos pela IDW Publishing e no Brasil pela Editora Abril.
O livro-jogo TRON: Legacy: It's Your Call: Initiate Sequence de Carla Jablonski, livro-jogo é um tipo de livro interativo onde o leitor escolhe os caminhos da história. Carla Jablonski também fez algo parecido com Prince of Persia (que teve um filme da Disney) no mesmo ano. No mesmo ano, também são lançado os livros "Tron the Junior Novel" de Alice Alfonsi, "Tron: Legacy: Derezzed" de James Gelsey e "Tron: Legacy: Out of the Dark" de Tennant Redbank,
Em 2011, a Marvel publicou uma outra quadrinização do filme original em minissérie em quatro edições, roteirizada por Peter David (que adaptou também os filmes John Carter, Rocketeer, Epic Mickey, além de histórias da Pequena Sereia) com desenhos de Mirco Pierfederic.
No Comixology, é possível adquirir a adaptação de Tron: Legacy, Tron Betrayal e a adaptação roteirizada por David.
Links do Comixology
Tron Digital Comics
Tron: Original Movie Adaptation
Vendo o sucesso de Matrix, a Disney resolveu trazer Tron de volta do limbo com o jogo Tron 2.0 da Monolith Productions para Windows, Mac OS X, celulares, Game Boy Advance e Xbox, no jogo, Jethro (Jet), filho de Alan Bradley é digitalizado, o jogo teve colaboração de Syd Mead, na época foi dito ser uma sequência canônica do filme original.
Ainda em 2003, a editora 88MPH anunciou a HQ Tron 2.0: Derezzed, mas ela acabou não sendo lançada.
Em 2005, surgiu o projeto de uma sequência cinematográfica, a Disney contratou os roteiristas Brian Klugman e Lee Sternthal.
Em 2006, a Slave Labor Graphics adquire as licenças da série animada Gargoyles e de Tron, lançando a minissérie Tron: The Ghost in the Machine, uma sequência para Tron 2.0 escrita por Landry Walker e Eric Jones com desenhos de Louie De Martinis, Michael Shoyket e GURU-EFX. O termo Ghost in the Machine (Fantasma na máquina) deriva de um conceito de Renés Descartes e indica quando a mente atua em paralelo ao corpo, o termo é usado em ficção científica em histórias de computador e robôs por Arthur C. Clarker em 2010: Odyssey Two (a sequência de 2001, lançada em 1982) para descrever a consciência virtual dentro de um computador, além de inspirar o título do já citado mangá Ghost in the Shell de Massamune Shirow sobre uma ciborgue com um cérebro humano e até mesmo em um episódio de Transformers, sobre um fantasma que assume corpos dos "robôs vivos" da franquia.
Em 2007, contrata o diretor Joseph Kosinski, que havia produzido comerciais dos jogos Halo 3 e Gears of War.
Em 2010, o filme Tron: Legacy é lançado, dirigido por Kosink, com história de Edward Kitsis, Adam Horowitz, Brian Klugman e Lee Sternthal, roteiro de Edward Kitsis, Adam Horowitz, produção de Sean Bailey, Jeffrey Silver e Steven Lisberger.
A trama ignora os eventos de Tron 2.0, com isso, até mesmo a HQ The Ghost in the Machine não faz parte do cânone da franquia, na trama, Kevin Flynn desaparece sete anos após o primeiro filme (1989), quando havia se tornado CEO da ENCOM International, seu filho Sam (Garrett Hedlund) é criado por Alan Bradley, em 2010, Bradley recebe uma enigmática mensagem sobre Kevin, Sam resolve investigar e encontra um computador num porão do arcade de Kevin e é teletransportado para uma realidade virtual criada por Kevin dentro dos computadores da ENCOM. Dentro do ambiente, Sam conhece Quora (Olive Wilde) e encontra seu pai, eles precisam confrontar Clu2, uma nova versão de Clu com uma aparência mais jovem de Kevin (criado pelo estúdio através de computação gráfica) e Tron, agora conhecido como Rinzler. O duo francês de música eletrônica Daft Punk participa do filme, tanto na trilha, como em cena interpretando DJs.
Kevin Flynn e Clu 2 |
Quorra e Sam Flynn |
A Disney havia comprado a Marvel no ano anterior e resolveu usar a editora para promover o filme, revistas da Marvel tiveram capas alternativas aludindo ao visual luminoso de Tron, além de publicar quadrinhos, como a minissérie em duas edições prequel chamada Tron: Betrayal com roteiros de Jai Nitz com desenhos de Jeff Matsuda e Andie Tong, arte-final de Pete Pantazis e letras de John J. Hill.
Capas variantes dos heróis Marvel |
Página de Tron: Betrayal |
A Disney também publicaria quadrinhos através da iniciativa Disney Global, iniciada em 2002 na Itália, trata-se de histórias produzidas por artistas italianos que já trabalham com Disney e distribuídas pelo mundo, semelhante ao extinto Studio Program durante as décadas de 1960 e 1990.
Tron: Legacy ganho uma quadrinização por Stefano Ambrosio (roteiro) e Paolo Mottura (desenhos), essa adaptação foi publicada no Brasil pela On Line Editora.
Uma história de oito páginas da iniciativa Disney Global, Solar Sailer Prisoners, roteirizada Alessandro Sisti com desenhos de Claudio Sciarrone e Oscar Celestini, a história foi publicada na revista TRON: Legacy The Official Movie Magazine publicada pela britânica Titan e no Brasil pela Abril Jovem na revista Tron: O Legado - Revista Oficial. A Disney comprou a LucasFilm em 2012, adquirindo as franquias Star Wars e Indiana Jones, com isso, em 2015, a Dark Horse deixou de publicar os quadrinhos de Star Wars, que voltaram para a Marvel (que lançou quadrinhos antes do primeiro filme ser lançado em 1977), mas também tem encomendado histórias da Disney Global, publicadas nos Estados Unidos pela IDW Publishing e no Brasil pela Editora Abril.
O segundo filme também gerou jogos: Tron: Evolution para Windows, PlayStation 3, PlayStation Portable e Xbox 360, que ganhou uma versão para Nintendo DS chamada Tron Evolution: Battle Grids.
Tron também pode ser visto em crossovers nos jogos Epic Mickey, Kingdom Hearts, Virtual Magic Kingdom Disney Universe e Disney Infinity
No Comixology, é possível adquirir a adaptação de Tron: Legacy, Tron Betrayal e a adaptação roteirizada por David.
Links do Comixology
Tron Digital Comics
Tron: Original Movie Adaptation
Nesse mesmo ano, a editora japonesa Earth Star Entertainment publicou uma quadrinização de Tron: Legacy por Naohiro Washio.
A edição em Blu-Ray do filme trouxe o curta de 10 minutos TRON: The Next Day, dirigido por Kurt Mattila, com roteiro de Mattila e Robert Auten e produção de Brian Hall e Christina Hwang, estrelado por Dan Shor, Bruce Boxleitner,Garrett Hedlund (cameo) e Jeff Bridges (voz).
Em março de 2015, é anunciada uma sequência de Tron: Legacy, porém em maio do mesmo ano, o filme foi cancelado
Em 2016 é lançado o jogo Tron RUN/r para PlayStation 4, Xbox One e Windows.
Fontes e referências
Tron - Wiki Português
Peter David no I.N.D.U.C.K.S. Banco de dados mundial sobre quadrinhos Disney
Tron - no I.N.D.U.C.K.S. Banco de dados mundial sobre quadrinhos Disney
Automan
Diretor de ‘TRON 3’ revela detalhes da continuação engavetada
Computers in Fiction
The 1946 Story That Predicted How Crazy the Internet Could Get
Moebius: The Visionary’s Visionary
Tron Sector
Tron - TV Tropes
Cyberspace - TV Tropes
Automan - TV Tropes
35 Original Concept Art made for Tron - Iamag
Tron - The Encyclopedia of Science Fiction
Virtual reality
Inside A Computer System
Tron: Legacy (manga)
The Essential Cyberpunk Reading List
Katsuhiro Otomo: Post-Apocalypse Now
Spacepunk! (era New Space Opera)
Que diabos é a tal New Space Opera?
Para Onde Vamos?
Análise: Tron – Uma Odisseia Eletrônica
Máquinas que Pensam - Obras-Primas da Ficção Científica
Planeta Gibi Blog: TRON O Legado sai em graphic novel pela On Line
Planeta Gibi Blog: TRON O Legado: Revista Oficial
Disney Cinema Em Quadrinhos 5 - Tron: O Legado
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